O potencial de se adaptar a diferentes casos de uso e solucionar diferentes problemas em variados mercados da América Latina representa uma importante mola propulsona para a ascensão da adoção das criptomoedas na região. Essa é a avaliação do vice-presidente e head de vendas para as operações latino-americanas da empresa de inteligência em blockchain Chainalysis, Javier Carrión.

Em artigo publicado pela Exame no último domingo (29), Carrión disse que a criptoeconomia está se consolidando e mudará a forma com que as pessoas se relacionam com as finanças e com a internet. O que já despertou a atenção de diversos países da América Latina na preparação de terreno para adoção de criptomoedas e outras soluções em blockchain como forma de agregar valor às suas cadeias produtivas. Caso do Brasil, que encabeça a regulamentação do setor.

De acordo com o executivo, esse movimento foi espelhado pela última edição do relatório global de Geografia das Criptomoedas da Chainalysis, o Global Crypto Adoption Index 2023, apesar de o levantamento ter apontado o rebaixamento do Brasil em termos de adoção mundial, de sétimo para nono lugar.

Em contrapartida, observou Carrión, o país saltou da 113ª para 15ª colocação em termos de volume em transações peer to peer (P2P) entre as duas últimas versões do Global Crypto Adoption Index. No caso da regulamentação, ele enfatizou que a segurança jurídica favorecerá a consolidação do mercado nacional.

Em relação à diversificação de casos de uso, ele citou o México, onde a principal atividade se relaciona às aplicações de remessas internacionais enquanto a procura por Bitcoins e outras criptomoedas no Brasil aponta para o interesse de investimento de longo prazo. Ele também citou Argentina e Venezuela, países onde as criptomoedas são utilizadas principalmente como forma de proteção contra a hiperinflação.

O executivo abordou ainda países de outras regiões, como as Filipinas, cujo boom de adoção de criptomoedas aconteceu pela popularização de jogos em blockchain, o Paquistão, onde a adoção também se relaciona à proteção contra a inflação, e a Índia, líder do ranking, apesar da alta carga tributária sobre lucros e transações em criptomoedas.

Outro caso de uso, o Drex, versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), é outro exemplo. Mas há desafios, como a questão de privacidade nas transações no “Real Digital”, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

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