A Coinext Research, braço de pesquisa a exchange brasileira, divulgou esta semana uma análise focada no segmento de finanças descentralizadas (DeFi), que inclui cinco tokens com potencial de alta em setembro.
De acordo com o documento, assinado pelo analista-chefe Taiamã Demaman, o momento atual é marcado pela queda da dominância do Bitcoin (BTC), a 57,4% no momento desta edição. Esse cenário sinaliza menor risco no BTC, mas também menor retorno, atraindo capital para projetos mais dinâmicos, segundo a Coinext.
Na avaliação de Taiamã, a perspectiva de cortes de juros nos EUA reforça o apelo por protocolos que geram renda e despertam o interesse institucional. Nessa direção, o indicador altseason, que se localizava em 47 pontos, aponta para o ciclo de alta das altcoins, mesmo que o espaço técnico esteja mais limitado. Já o Índice de Medo e Ganância, em 45, mostra moderação no curto prazo, mas sugere fundamentos sólidos no médio prazo, de acordo com o analista.
O relatório diz que o ambiente é particularmente favorável ao universo DeFi, que acumula atualmente mais de US$ 167 bilhões em TVL (valor total bloqueado, ou seja, a soma de todos os ativos depositados em protocolos DeFi) próximo do recorde histórico de US$ 212 bilhões registrado em dezembro de 2021, conforme dados da DefiLlama. Por isso, nossa escolha recai sobre ativos com crescimento consistente de TVL, geração de receita sustentável e inovações técnicas bem definidas, reforçando a tese estratégica de exposição qualificada ao nicho DeFi voltado a geração de renda em setembro.
Confira as altcoins elencadas e o posicionamento da Coinext:
Aave (AAVE)
Aave (AAVE) é um dos protocolos DeFi mais consolidados do mercado, operando na blockchain Ethereum. Ele permite que usuários emprestem e tomem emprestado criptoativos sem intermediários, por meio de contratos inteligentes. Ao depositar ativos em pools de liquidez, os usuários recebem juros, enquanto quem deseja crédito pode utilizar esses ativos como colateral.
Um de seus grandes diferenciais é a flexibilidade nas taxas de juros, que podem ser variáveis ou estáveis, além dos empréstimos instantâneos, chamados de “flash loans”, que dispensam garantias, desde que liquidados na mesma transação. Com bilhões de dólares em valor travado (TVL), o Aave se destaca pela inovação e segurança no setor.
No dia 24 de agosto, o protocolo atingiu um recorde de US$41,1 bilhões em TVL, valor suficiente para colocá-lo entre os 2,5% maiores bancos dos EUA, se comparado ao sistema bancário tradicional. Considerando também os empréstimos ativos, o número sobe para US$ 71,1 bilhões, o que o equipara ao 37º maior banco americano.
Em agosto, o Aave avançou em sua estratégia multichain com o lançamento na blockchain Aptos, passando a oferecer suporte a tokens como USDC, USDT, APT e sUSDe. A iniciativa conta com oráculos da Chainlink e incentivos de liquidez promovidos pela Fundação Aptos. Segundo o fundador Stani Kulechov, essa expansão é essencial para construir um sistema financeiro global e acessível.
De acordo com previsões da Changelly, o token AAVE pode atingir entre US$ 380 e US$ 412 até o final de 2025, o que representaria uma valorização de até 28%. Se mantiver sua
liderança e continuar atraindo liquidez, o protocolo tende a se beneficiar diretamente da expansão do DeFi. O recente crescimento do TVL, a integração estratégica com a Aptos, o domínio no mercado de empréstimos cripto e os avanços técnicos colocam o Aave como um dos ativos mais bem posicionados para setembro.
Uniswap (UNI)
A Uniswap (UNI) é uma das maiores exchanges descentralizadas (DEX) do mercado cripto, operando na blockchain Ethereum e permitindo a negociação direta de tokens entre usuários, sem a necessidade de intermediários. Utilizando um modelo de formador de mercado automatizado (AMM), a plataforma substitui o tradicional livro de ordens por pools de liquidez, nos quais os usuários depositam pares de tokens e recebem parte das taxas de negociação como recompensa.
Essa mecânica garante transações rápidas, seguras e acessíveis, consolidando a Uniswap como uma peça central no ecossistema DeFi, inclusive como plataforma de lançamento para novos projetos.
Em agosto, a Fundação Uniswap anunciou a criação da DUNI, uma nova entidade jurídica baseada no modelo “Decentralized Unincorporated Nonprofit Association” (DUNA) de Wyoming. Essa estrutura permitirá que a DAO da Uniswap opere com segurança jurídica, podendo assinar contratos, cumprir obrigações fiscais e contratar serviços, sem abrir mão de sua natureza descentralizada. Para viabilizar a mudança, a DAO alocou US$16,5 milhões em UNI, parte destinada à quitação de tributos e parte para uma reserva jurídica, além de US$ 75 mil à consultoria Cowrie, envolvida na criação da legislação DUNA.
A adoção dessa estrutura representa um marco estratégico para a Uniswap, pois reduz riscos regulatórios, profissionaliza sua governança e prepara o terreno para a ativação do “fee switch”, mecanismo que poderá redirecionar parte das taxas da plataforma ao tesouro da DAO. Mesmo sem retorno direto garantido aos holders, esse movimento aumenta o potencial de valorização do token UNI.
Segundo o portal Changelly, o UNI pode chegar a US$11,96 até o fim de 2025, com média projetada de US 13,91. Frente à sua solidez técnica e institucional, o ativo se apresenta como uma aposta estratégica para o mês de setembro.
Lido DAO (LDO)
A Lido DAO (LDO)se consolidou como uma das soluções mais eficientes para staking líquido, permitindo que usuários façam staking de criptomoedas como Ethereum, Solana e Polygon sem abrir mão da liquidez. Em vez de manter os ativos bloqueados, como no staking tradicional, o protocolo entrega ao usuário um token representativo (como o stETH no caso do Ethereum) que continua gerando rendimento e pode ser utilizado livremente em aplicações DeFi, como empréstimos, swaps e pools de liquidez. Essa flexibilidade amplia o potencial de retorno ao integrar o staking ao ecossistema financeiro descentralizado.
Desde a migração do Ethereum para o modelo Proof-of-Stake (PoS), o staking passou a ser vital para a segurança da rede, mas também trouxe preocupações com a concentração: quatro entidades: Lido DAO, Coinbase, Kraken e Binance, concentram mais de 50% dos ETHs em staking, sendo a Lido a líder absoluta com 31%. No mercado de derivativos líquidos de staking (LSDs), a dominância da Lido é ainda maior: 79% do mercado, com cerca de 33% do stETH já alocado em protocolos DeFi, demonstrando sua profundidade de integração no setor.
Esse cenário posiciona a Lido de forma estratégica diante do aumento do interesse institucional no Ethereum, especialmente após o aumento do interesse nos ETFs de Ethereum. Investidores em busca de soluções que combinem rendimento, liquidez e segurança encontram na Lido uma alternativa madura e altamente funcional, atributos que justificam sua inclusão entre os ativos mais promissores para setembro.
Segundo o portal CoinCodex, o token LDO pode atingir até US$ 1,49 até setembro de 2025, representando uma valorização potencial de 17,7%. Com volatilidade moderada e sentimento de mercado neutro, o token segue tecnicamente atrativo dentro de um cenário estrutural favorável.
Sky Finance (SKY) - antiga Maker (MKR)
A Sky Finance nasce como uma evolução da icônica MakerDAO, fundada em 2014 por Rune Christensen e reconhecida por lançar o DAI, a primeira stablecoin descentralizada amplamente adotada (2017). Operando como um protocolo de crédito colateralizado, permitia que usuários travassem ativos em garantia para emitir stablecoin, tudo sem intermediários.
Em agosto de 2024, a marca passou por uma reformulação completa: adotou o nome Sky Finance, lançou novos tokens, USDS, uma stablecoin sobrecolateralizada, e SKY, destinado à governança e staking, substituindo o antigo MKR na proporção de 1:24.000, e atualizou toda a interface. A mudança trouxe avanços significativos em escalabilidade e interoperabilidade com redes como Arbitrum e Solana, mantendo ideias fundamentais de descentralização e segurança.
Atualmente, o protocolo exibe forte performance financeira: US$ 6,42 bilhões em valor total bloqueado (TVL), US$ 435 milhões em receitas anualizadas e US$ 200 milhões em lucros líquidos, dos quais US$ 144 milhões são redistribuídos aos holders de SKY, realçando o alinhamento com sua comunidade. O USDS mantém paridade com o dólar e pode ser utilizado como economia ou meio de pagamento dentro do ecossistema. Do ponto de vista técnico, o token SKY sustenta suporte entre US$ 0,059 e US$ 0,064, com potencial de reteste em US$0,074 e, em cenário de altseason prolongada, alvo otimista em US$ 0,12.
Com sua sólida base financeira, inovação contínua e proposta técnica clara, a Sky Finance se posiciona como uma das altcoins mais promissoras para setembro, especialmente em um contexto de valorização de protocolos DeFi com fundamentos robustos e uso estruturado.
dYdX (DYDX)
A dYdX (DYDX) é uma plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) voltada para a negociação de derivativos cripto, especialmente contratos perpétuos com alavancagem de até 20x. Diferentemente das exchanges centralizadas, ela opera diretamente em blockchain, garantindo segurança e controle total dos ativos pelos usuários.
Seu modelo combina livros de ordens off-chain com liquidação on-chain, oferecendo eficiência sem abrir mão da descentralização. A recente migração para sua própria rede, a dYdX Chain (construída no ecossistema Cosmos) reforçou ainda mais esses princípios, ao permitir maior escalabilidade, taxas mais baixas e uma governança descentralizada baseada no token DYDX.
Para o segundo semestre de 2025, a plataforma apresentou um roadmap ambicioso, centrado em três pilares: acessibilidade, experiência do usuário e utilidade do token. Entre os destaques está o lançamento da negociação via Telegram e o login social com Google, Apple e Passkey, facilitando o acesso a usuários mobile-first e traders de varejo.
Além disso, serão implementadas funcionalidades como ordens em lote e o programa Partner Fee Share, que redistribui até 50% das taxas do protocolo a parceiros e holders, criando um ciclo virtuoso de incentivo e engajamento.
O token DYDX, que antes tinha foco exclusivamente em governança, passa a desempenhar funções mais amplas. Agora, ele também oferece redução de taxas, recompensas por staking e valorização via programa de recompra com 25% das taxas do protocolo, fortalecendo seu papel dentro do ecossistema. Um passo estratégico adicional é a proposta de negociação de ativos do mundo real (RWAs), como ações e ativos pré-IPO, uma inovação que pode atrair investidores institucionais e posicionar a dYdX como ponte entre DeFi e o mercado tradicional.
Apesar da previsão de queda de até 25% no curto prazo, com projeção da CoinCodex para US$ 0,46 até setembro de 2025, os fundamentos sólidos da plataforma e sua visão de longo prazo tornam o DYDX um ativo com alto potencial de valorização à medida que a descentralização financeira avança.
Nos últimos dias, especialistas também disseram que o verdadeiro mercado de alta do Bitcoin ainda está por vir e apontam novos alvos do XRP, DOGE e RAY, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.