O mercado de criptomoedas avançava a US$ 3,87 trilhões (+1,8%) na manhã desta quarta-feira (27). Na ocasião, o Bitcoin (BTC) era trocado de mãos por US$ 111,2 mil (+1,2%) com dominância de mercado recuada 57,2%, sentimento de neutralidade dos investidores (47%) e as principais altcoins em alta, de até 100%.
O cenário macroeconômico se mantinha com poucos catalisadores capazes de abalar a aversão ao risco, ao qual as criptomoedas são associadas. Nesse caso, os destaques foram a recusa de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), em acatar uma determinação de demissão do presidente Donald Trump e a valorização de ações de empresas de tecnologia, que ajudaram na alta de índices como S&P 500 e Nasdaq, encerrados em 6.465,94 (+0,41%) e 21.544,27 pontos (+0,44%).
Apesar da recuperação do suporte de US$ 110 mil, especialistas apontavam certo desinteresse pelo Bitcoin. Entre eles o analista da Crypto Quanto, Gaah, destacando que o comportamento atual do BTC se assemelha ao do final de 2021, marcado por um banho de sangue no início de dezembro. Naquela ocasião, o Fed começou a arrochar sua taxa de juros, retirando liquidez dos mercados para combater a inflação, que ganhou força durante a pandemia.
Isso sinaliza que, apesar da recente valorização do Bitcoin, o mercado está mostrando pessimismo e cautela”, disse Gaah em um insight.
Gaah está de olho no Taker Buy Sell Ratio (Taxa de Compra e Venda do Comprador), que mede a relação entre os volumes de compra e venda nos mercados de futuros, já que o nível caiu abaixo de um, sinalizando força dos ursos. Na mesma direção, a Glassnode apontou queda na atividade em rede do Bitcoin e acrescentou:
Uma quebra abaixo da média anual de US$ 21,6 bilhões confirmaria o enfraquecimento da atividade especulativa e sinalizaria uma contração mais ampla na demanda on-chain.
Network Activity Slowing
— glassnode (@glassnode) August 26, 2025
The monthly average of change-adjusted transfer volume has declined from $26.7B to $23.2B (~13%), tracking the pullback in price. A break below the yearly average of $21.6B would confirm weakening speculative activity and signal a broader contraction in… pic.twitter.com/gnyTokjzmA
Negociados respectivamente por US$ 4.597 (+4%) e US$ 204 (+8,9%), Ethereum (ETH) e Solana (SOL) estavam entre os tokens blue chips (de alta liquidez) que capitanearam a alta das altcoins, consequência da queda da dominância do BTC e compra desses tokens. O que encontrava lastro no recuo a 14,75 pontos (-0,20%) no VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500.
Em relação aos os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin e de Ethereum, era possível perceber, mais uma vez, um desnível entre os investidores em relação a esses produtos de investimento cripto, já que as respectivas entradas líquidas foram de US$ 88,20 milhões e US$ 455 milhões, segundo dados da SoSoValue.
O monitoramento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas mostrava alta a US$ 206,1 bilhões (+0,9%) no Interesse Aberto e retração a US$ 350,6 bilhões (-20,9%) no volume de negociações. Já a liquidação de traders alavancados de criptomoedas recuava a US$ 262,7 milhões, com certo equilíbrio entre touros e ursos, já que as posições compradas (longs) eram de US$ 105 milhões ante US$ 157,6 milhões em posições vendidas (shorts).
Com o risco baixo e desinteresse/queda de dominância do Bitcoin, sardinhas e baleias foram às compras das altcoins. Era o que apontava o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas da Coinglass, a 46,44 pontos com a maioria dos tokens nas regiões neutra e de compra. Fora dessa faixa, tokens como NMR, DEXE, MOVR, SOL, SYRUP, LPT se localizavam em zonas de forte compra, mais sujeita a correção. Na outra ponta, ASR, BSW, TAC, VVV, BAND, ENA, ALCH, SKL e OMNI estavam nas zonas de venda ou sobrevenda, com maiores chances de reversão.
O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado de altcoins, encontrava-se avançado a 44 pontos. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o ENA recuava a US$ 0,61 (-3,2%), o PENDLE valia US$ 5,14 (-2,8%), o ARB chegava a US$ 0,51 (-2,5%), o JTO avançava a US$ 1,94 (+9,2%), o IP representava US$ 6,07 (+8,4%), o RAY se equiparava a US$ 3,60 (+8,1%) e o HYPE valia US$ 49,17 (+8,2%).
Quanto às altas de dois a três dígitos percentuais, o CRO chegava a US$ 0,23 (+43,6%), o KAIA orbitava US$ 0,15 (+10,4%), o LPT alcançava US$ 7,53 (+24,7%), o SNX representava US$ 0,74 (+16,2%), o VVS era trocado por US$ 0,0000049 (+40%), o LION era negociado por US$ 0,021 (+23%), o NMR valia US$ 16,44 (+100%), o RED se transformava em US$ 0,42 (+13,2%), o AURORA orbitava US$ 0,10 (+42,6%), o KEYCAT chegava a US$ 0,0049 (+15,3%) e o LAUNCHCOIN era transacionado por US$ 0,051 (+14,3%).
Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam CAMP na Bitget, Huobi, Bybit, Gate.io, Phemex, MEXC e LBank, VIRTUAL, XCN e MOODENG na Bitstamp, sapien NA Bitvavo, EVA e MGO na Biconomy, BTR na Binance Futuros, Mission na Kucoin e TREE na Bitkub.
No dia anterior, os “ímãs de Trump” seguraram as criptomoedas em zona de venda e o Bitcoin abaixo de US$ 110 mil, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.