O Brasil interrompeu um ciclo iniciado em abril ao aportar líquido US$ 1 milhão, R$ 5,4 milhões, em fundos de criptomoedas no acumulado semanal de sexta-feira (22). Esse período foi marcado por saídas líquidas globais massivas, que chegaram a US$ 1,43 bilhão segundo a CoinShares.

Em seu relatório semanal, a gestora de criptomoedas correlacionou a pressão vendedora ao pessimismo que tomou conta dos investidores no início da semana passada, antes do começo do simpósio de Jackson Hole, evento anual que reúne representantes de bancos centrais em Wyoming (EUA). Em especial, a posição do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros na maior economia global, FUD (medo, incerteza e dúvida) que se dissipou na última sexta-feira, após o discurso dovish (otimista) do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell.

Apesar disso, a CoinShares destacou que “os volumes negociados em ETPs [produtos financeiros cripto] atingiram US$ 38 bilhões na semana passada, cerca de 50% acima da média deste ano, à medida que o sentimento dos investidores se polarizou cada vez mais em relação à política monetária dos EUA”.

Além do Brasil, Alemanha, Canadá, Austrália e Hong Kong fecharam a semana no azul ao aportarem respectivos líquidos de US$ 18,4 milhões, US$ 3,7 milhões, US$ 3,5 milhões e US$ 2,6 milhões. Por outro lado, Estados Unidos, Suécia e Suíça retiraram líquidos US$ 1,31 bilhão, US$ 135,5 milhões e US$ 11,8 milhões, respectivamente. Enquanto isso, o saldo de ETPs cripto de outros países recuou em US$ 6 milhões.

As saídas líquidas acumuladas mensal (US$ 16,3 milhões) e anual (US$ 82 milhões), associadas à queda de preços, fizeram o Brasil recuar a US$ 1,63 bilhão no total de ativos sob gestão (AuM), ambora o país tenha se mantido na sexta posição global. Estados Unidos, Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia encerram a semana com respectivos AuM de US$ 163,44 bilhões, US$ 7,52 bilhões, US$ 7,35 bilhões, US$ 7,21 bilhões e US$ 4,17 bilhões. Nesse caso, o destaque foi a retomada da terceira colocação global pelo Canadá, cujo AuM voltou a superar o do Alemanha.

Pela aferição voltada aos criptoativos, o Bitcoin (BTC) as saídas líquidas de fundos de Bitcoin (BTC) chegaram a US$ 1,03 bilhão, enquanto ETPs cripto em Ethereum (ETH) e Sui (SUI) representaram US$ 440,9 milhões e US$ 12,9 milhões em saídas líquidas, respectivamente. Por outro lado, fundos cripto em XRP, Solana (SOL), Cronos (CRO), Cardano (ADA) e Chainlink (LINK) atraíram respectivos líquidos de US$ 25 milhões, 12 milhões, US$ 4,4 milhões, US$ 2,9 milhões e US$ 2,1 milhões, respectivamente.

Por produto de investimento, os principais volumes de entradas líquidas foram do Proshares Bitcoin ETF-USD (US$ 83,6 milhões), NEOS Bitcoin High Income ETF (US$ 72 milhões), Vaneck Bitcoin ETF (US$ 26,4 milhões), ProShares Ultra Ether ETF (US$ 16,4 milhões) e WisdomTree Physical Bitcoin (US$ 15,8 milhões).

Em direção contrária, as principais retiradas líquidas foram representadas por iShares Bitcoin Trust (US$ 615,02 milhões), Fidelity Wise Origin Bitcoin (US$ 235,24 milhões), US$ Ark 21Shares Bitcoin ETF (US$ 182,37 milhões), Grayscale Bitcoin Trust ETF (US$ 118,09 milhões) e US$ 2X Ether ETF (US$ 108,1 milhões).

Na semana anterior, o país manteve as retiradas, mas chegou a US$ 1,72 bilhão em fundos cripto com a máxima do Bitcoin e a explosão do Ethereum, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.