Com um viés de “incubadora cripto”, a MEXC oficializou o desembarque da exchange de criptomoedas asiática no Brasil, uma das principais portas de entrada para a América Latina. Em entrevista à Exame, publicada nesta quarta-feira (27), o gerente de crescimento da MEXC para América Latina, André Sprone, destacou alguns planos da empresa.

Segundo ele, Brasil e América Latina representam um mercado aberto a inovações:

O Brasil tem muitos projetos de criptomoedas nascendo e queremos apoiar esse pessoal, com iniciativas educacionais, produtos e uma plataforma de lançamento para novos tokens.

Sprone acrescentou que “o Brasil não é mais considerado um mercado potencial, as coisas se concretizam aqui”.

Essa confirmação faz com que as exchanges coloquem mais dinheiro no mercado local, façam mais contratações, porque precisa ter gente local", emendou.

O executivo destacou que os investidores brasileiros negociam bastante altcoins, incluindo stablecoins, “para acessar o mundo cripto, e em outros países são usadas no cotidiano das pessoas".

André Sprone frisou que uma das filosofias da MEXC é o engajamento com os desenvolvedores, incluise no fomento à liquidez:

Nós fomentamos desenvolvedores em diversas frentes. Tem a educacional, a de acompanhamento de projetos, o fluxo de listagem. Quando cria um projeto, não basta ir até uma exchange, pagar a taxa e listar.

Em relação ao Brasil, ele disse que os projetos cripto no país não têm necessariamente uma particularidade e que o mercado nacional parece ter ciclos de criatividade e de nichos.

Teve uma época de criação de blockchains, de projetos de tokenização brasileiros, e hoje em dia está bem diverso. É um mercado que me surpreendeu nos últimos 4 anos", explicou.

O executivo elencou outras exchanges globais que já se encontram fixadas no país, onde, segundo ele, o cenário é de concorrência intensa, e destacou a competitividade das taxas praticadas e variedade de tokens na plataforma de negociações de MEXC, mais de quatro mil atualmente, além de produtos e serviços, como tokenização e pagamentos. De acordo com o representante da exchange, os primeiros passos da MEXC no Brasil compreendem a expansão da base de usuários, enfatizando que:

É mais fácil converter de outras exchanges, aproveitar nossos atrativos, mas o potencial do mercado ainda é gigantesco.

Sprone disse ainda que adoção institucional ainda tem muito espaço entre as altcoins, salientou o apetite dos governos por reservas de Bitcoin (BTC), apesar do recuo do Banco Central (BC), e que o fluxo do varejo para os tokens ainda não aconteceu de maneira suficiente para desencadear uma altseason (temporada das altcoins).

Acho que ainda não chegamos lá, nesse nível de animação do segundo semestre. Mas estou confiante de que vamos chegar, completou.

Lançado este mês, o relatório da Dune Research revelou que os fluxos anuais das exchanges de criptomoedas na América Latina cresceram nove vezes em três anos, conforme noticiou o Cointelegraph.