A BEE4, primeira depositária digital do Brasil, anunciou nesta quarta, 27, o Rota Fácil, programa inédito que combina inovação regulatória, tokenização e formato de reality show para preparar pequenas e médias empresas (PMEs) para acessar o mercado de capitais.

Sob as regras da Resolução 232 da CVM, a iniciativa promete democratizar o acesso ao financiamento estruturado, até então restrito às grandes companhias.

O programa funciona como uma espécie de “Shark Tank tokenizado”, no qual empresas de diferentes setores passam por um processo competitivo em etapas.

Ao final, dez companhias serão selecionadas para receber apoio jurídico, auditoria, orientação especializada e custeio das taxas necessárias para se tornarem companhias abertas, prontas para captar recursos junto a investidores.

“O Regime FÁCIL’ da CVM e o ‘Programa Rota FÁCIL’ da BEE4 abrem um caminho inédito para que PMEs transformadoras tenham acesso ao mercado de capitais de forma simplificada e estratégica. Na Baker Tilly, acreditamos que combinar inovação regulatória com boas práticas de auditoria independente é essencial para garantir credibilidade e atrair investimentos de impacto. Estamos entusiasmados em apoiar as empresas selecionadas nessa jornada de expansão, que certamente contribuirá para dinamizar a economia e ampliar as oportunidades de crescimento para empreendedores e investidores.”, afirma Fábio Muralo, sócio Líder de Auditoria da Baker Tilly.

Democratização do mercado de capitais

O grande diferencial do Rota Fácil é abrir as portas da bolsa para empresas com faturamento entre R$ 10 milhões e R$ 500 milhões por ano. Até pouco tempo, para uma PME acessar esse universo, o caminho era praticamente inviável, seja pelo custo, seja pela complexidade regulatória.

Com a nova regulamentação, as empresas listadas na BEE4 passam a receber automaticamente o registro de companhia aberta na CVM, na categoria A (permitindo emitir ações e títulos de dívida) ou na categoria B (permitindo apenas dívida corporativa, como debêntures e notas comerciais).

“Esse é o marco regulatório mais importante desde a criação da Lei das Sociedades Anônimas em 1976”, destacou a equipe da BEE4 durante o lançamento. “Ele efetivamente democratiza o mercado de capitais para o pequeno e médio empresário.”

A fase final do programa terá formato inspirado em reality show, transmitido ao vivo pelo YouTube. Quinze empresas finalistas farão um pitch para uma banca de mercado composta por quatro jurados de perfis distintos — empresários renomados, especialistas técnicos e nomes de referência no ecossistema de inovação e finanças.

Essa dinâmica servirá para escolher as dez vencedoras, que receberão um pacote de benefícios estruturado para custear a entrada no mercado de capitais. A escolha dos jurados será revelada gradualmente, em uma estratégia de “esquenta” ao longo dos próximos meses, ampliando a visibilidade do programa.

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O que as vencedoras ganham

As dez empresas selecionadas terão acesso a um prêmio que deve ser obrigatoriamente usado na preparação para a listagem. Entre os benefícios estão:

  • Assessoria jurídica especializada, por escritórios parceiros como Machado Meyer e Madrona;

  • Auditoria independente das demonstrações financeiras, conduzida por firmas como a Ventilí;

  • Apoio contínuo da equipe da BEE4 durante todo o processo de registro e listagem;

  • Custeio das taxas da CVM, necessárias para oficializar o status de companhia aberta.

O objetivo é que, ao final, cada vencedora seja uma empresa auditada, registrada e apta a acessar o mercado de capitais de forma simplificada e em conformidade com a legislação brasileira.

Blockchain no centro da operação

Um dos diferenciais da BEE4 é a utilização de tecnologia blockchain (DLT) como base para registrar a titularidade e as negociações de ações e títulos de dívida emitidos no ambiente da depositária.

Na prática, isso garante segurança, transparência e eficiência operacional. Participantes como a Oliveira Trust, que atua como escrituradora, já acessam informações diretamente na rede e conciliam os dados automaticamente com os livros contábeis.

“Somos a primeira depositária digital do Brasil”, destacou a equipe. “O processo é híbrido: oferecemos tanto formatos tradicionais de integração quanto a possibilidade de conciliar informações direto na rede. Assim, damos flexibilidade ao participante e ao mesmo tempo aumentamos a eficiência.”

Etapas do programa

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O Rota Fácil foi estruturado em quatro fases:

  1. Inscrição (gratuita): empresas preenchem um formulário e recebem um diagnóstico de maturidade. Aquelas que não atingirem 50% da pontuação mínima ficam de fora, mas ganham recomendações para se preparar para edições futuras.

  2. Validação documental: companhias classificadas precisam comprovar as informações apresentadas. Quem não entregar no prazo ou tiver inconsistências é eliminada.

  3. Entrevistas com banca técnica: provedores estratégicos, como escritórios jurídicos e auditores, analisam documentos adicionais e entrevistam os empresários para avaliar governança e prontidão. Apenas as 15 melhores avançam.

  4. Reality show final: as 15 finalistas apresentam pitches para a banca de mercado. Dez são escolhidas como vencedoras e recebem o pacote completo de apoio.

Preparação para o futuro

Embora o momento atual favoreça emissões de dívida corporativa, a BEE4 reforça que o programa prepara as empresas também para o mercado acionário.

No passado, muitas companhias perderam a janela de IPO por não estarem preparadas. O Rota Fácil busca resolver esse problema, garantindo que as empresas estejam prontas quando o mercado voltar a abrir espaço para novas ofertas.

“O programa é uma rota de longo prazo”, explica Rodrigo Almeida, executivo envolvido no projeto. “Mais do que simplificar o acesso, ele estrutura as companhias para que, no futuro, possam aproveitar oportunidades de IPO ou operações estratégicas de fusão e aquisição.”

O Rota Fácil não se restringe a grandes centros. A ideia da BEE4 é realizar futuras edições regionais, alcançando polos econômicos fora do eixo tradicional. O interior de São Paulo, o Centro-Oeste e o Nordeste estão no radar.

Segundo a empresa, parte da motivação para a criação da BEE4 veio justamente da percepção de que há um ecossistema pujante de PMEs no Brasil, com empresários qualificados e negócios sólidos que historicamente ficaram fora do mercado de capitais.

Os detalhes sobre o processo de inscrição, as etapas do programa, os jurados convidados e os critérios de avaliação estão divulgados na página oficial da ROTA FÁCIL BEE4, basta acessar www.bee4.com.br/rotafacil e se inscrever gratuitamente.

Regime FÁCIL foi fruto de intensa colaboração, estudos, pesquisas e testes práticos da BEE4 junto à CVM durante sua atuação no Sandbox Regulatório. Com a autorização da nova resolução, existe a simplificação do acesso das PMEs ao mercado de capitais, permitindo que companhias com faturamento anual de até R$500 milhões possam realizar ofertas públicas de até R$300 milhões por ano, com exigências e obrigações proporcionais ao seu porte.

“Sempre nos inspiramos em modelos internacionais de mercados de acesso já consolidados em diversos países, como o Alternative Investment Market (AIM), no Reino Unido, e o TMX Group, no Canadá. No Brasil, ainda faltava um arcabouço regulatório que permitisse às PMEs com potencial de crescimento conquistar seu espaço para ter acesso ao mercado. Com o Regime FÁCIL, essa alternativa passa a estar disponível para centenas de companhias que, agora, poderão se sentar à mesa do mercado de capitais brasileiro, assim como as gigantes do nosso país — e nós, com muito orgulho e dedicação, conseguimos contribuir para tornar isso uma realidade junto à CVM. O papel da BEE4, daqui em diante, é se tornar o mercado de acesso que impulsiona cada vez mais PMEs promissoras a alcançarem sua listagem com mais facilidade para captar e expandir seus negócios”, afirma Patricia Stille, sócia-cofundadora e CEO da BEE4.