A XP atingiu a marca de R$ 1,1 trilhão em ativos sob gestão no segundo trimestre. O crescimento de 14% foi impulsionado por um aumento de 15% na base de clientes, que agora são 4,6 milhões, de acordo com os resultados divulgado em 13 de agosto.
A gestora captou R$ 32 bilhões no período, consolidando um crescimento anualizado de 44% e de 119% em comparação com o trimestre anterior. Por sua vez, o lucro líquido da XP chegou a R$ 1,1 bilhão, valor recorde na história da empresa.
O resultado impactou positivamente o preço das ações da empresa na B3, que subiram 6,5% nas negociações após o encerramento do pregão. A capitalização de mercado da XP é de R$ 10,1 bilhões.
Apesar do crescimento consistente em 2024, as ações da XP acumulam prejuízo de 27,9% no acumulado do ano, em linha com o desempenho negativo da bolsa brasileira este ano.
Renda fixa lidera captações da XP
Em um cenário de juros altos e bolsa em queda, a captação de produtos de renda fixa aumentou 42% no segundo trimestre, gerando R$ 820 milhões em receitas. Já os investimentos em produtos de renda variável cresceram apenas 5% no período.
"A renda fixa representa 25% da nossa receita no varejo e demonstra a nossa relevância nesse segmento. É possível perceber a eficiência que temos em criar novos produtos, ativos de crédito privado e notas estruturadas", disse Victor Mansur, novo CFO da gestora ao comentar os resultados do 2º trimestre em reportagem do NeoFeed.
O segmento do varejo responde por R$ 3,2 bilhões sobre um total de R$ 4,5 bilhões em receitas da XP. Esses clientes também foram responsáveis pela expansão da vertical bancária da gestora.
Cartões de crédito e seguros, abrigados sob a rubrica de "outros serviços", geraram respectivamente R$ 313 milhões e R$ 51 milhões em receitas brutas, com crescimento anualizado de 35% e 45%.
Mansur destacou a performance positiva desses setores e a importância que ambas possuem para alavancar o crescimento da gestora:
"Esses dados reforçam a nossa estratégia de venda cruzada, que incentiva os clientes a terem maiores valores sob custódia e também aumenta o valor gasto dentro da plataforma."
Atuando como instituição bancária, a XP espera reduzir os custos de capital e financiamento através da emissão de dívida subordinada.
Criptomoedas têm participação irrelevante nos ativos sob gestão da XP
Os dados do segmento de renda variável da XP mostram que as criptomoedas tiveram um papel quase insignificante no crescimento da empresa.
Em outubro do ano passado, a XP anunciou o fim da Xtage, sua plataforma dedicada à negociação de criptomoedas, pouco mais de um ano após o lançamento. Inaugurada em agosto de 2022, a Xtage tinha a ambição de atender 200 mil usuários até o fim daquele ano.
Embora a empresa não tenha apresentado justificativas para o encerramento da plataforma, a Xtage inaugurou suas operações durante o último ciclo de baixa do mercado, dificultando o alcance das metas inicialmente estabelecidas. Em cinco anos, a XP abriu e encerrou a operação de duas exchanges de criptomoedas.