O mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 3,75 trilhões (+0,8%) na manhã desta terça-feira (5). Na ocasião, o Bitcoin (BTC) era transferido acima de US$ 114,9 mil (+0,5%) com dominância de mercado a 60,8%, sentimento de neutralidade dos investidores (55%) e as principais altcoins avançadas, em até três dígitos percentuais.
A reação do Bitcoin se encontrava defasada em relação ao fechamento do dia anterior de índices acionários historicamente associados ao desempenho do benchmark cripto, como o S&P 500 e o Nasdaq, encerrados em respectivos 6.329,94 (+1,47%) e 21.053,58 pontos (+1,95%). Tal pernada de alta ocorreu na esteira do aumento da pressão para que o Federal Reserve (Fed) derrube a taxa básica anual de juros nos Estados Unidos em setembro, o que pode favorecer a liquidez em mercados associados ao risco, como o de criptomoedas.
A euforia aumentou para 85% a projeção dos analistas de corte de juros do Fed, depois que o Departamento do Trabalho divulgou resultados preocupantes através do payroll na última sexta-feira (1º). Isso porque o relatório de folhas de pagamento não agrícolas apontou esfriamento do mercado de trabalho em julho nos EUA. De acordo com os documentos, foram 73 mil novas vagas ante 106 mil estimados pelos analistas.
Os dados aquém dos esperados, além de derrubar as bolsas e o Bitcoin na semana passada, provocaram reação do presidente Donald Trump, que demitiu a comissária de estatística do Departamento do Trabalho, Erika McEntarfer, responsável pela elaboração do payroll, acusada de manipulação pelo chefe da Casa Branca.
Em meio à pressão de Trump por corte de juros, já que o Fed decidiu manter a taxa básica atual na semana passada, a diretora da autoridade monetária Adriana Kugler também anunciou que deixa o cargo no próximo dia 8 de agosto.
Foi uma honra única servir ao Conselho de Governadores Federal Reserve. Sinto-me especialmente honrado por ter servido durante um momento crucial para cumprir nossa dupla missão de reduzir os preços e manter um mercado de trabalho forte e resiliente, disse Kugler, em um comunicado.
A pavimentação da estrada para o aumento de liquidez nos mercados em setembro favoreceu o índice de força do dólar americano (DXY) em 0,25%, enquanto, no mercado de criptomoedas, os dados das plataformas de monitoramento indicavam distribuição de Bitcoin para as sardinhas. No mercado de Futuros, por exemplo, os dados da CryptoQuant referentes ao Tamanho Médio das Ordens das negociações executadas apontavam distribuição de contratos, por causa do aumento de participação de carteiras de varejo.
Na mesma direção, o monitoramento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas mostrava alta a US$ 182,3 bilhões (+0,75%) no Interesse Aberto e avanço a US$ 276,1 bilhões (+45,2%) no volume de negociações, o que pode representar o retorno de acumulação das grandes carteiras e, portanto, um novo rali. A liquidação de traders alavancados nas últimas 24 horas girava em torno de US$ 303,4 milhões (+120%), com desvantagem para os ursos, já que as liquidações de posições vendidas (short) chegavam a US$ 167 milhões.
O mapa de calor da Coinglass relacionado ao índice de força relativa também mostrava que os principais tokens voltaram a ser cobiçados por baleias e sardinhas, porque o RSI médio se encontrava avançado a 53,5 pontos, com a maioria dos tokens nas regiões neutra e de compra ou sobrecompra.
O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se recuado a 17,25 pontos (-15,3%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses de Bitcoin e Ethereum (ETH) se mantiveram sob pressão vendedora em respectivas saídas líquidas de US$ 333,19 milhões e US$ 465,06 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.
O mapeamento CoinMarketCap mostrava manutenção do fluxo de entrada de capital nas altcoins, porque o índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado de altcoins, continuava novelado por 42 pontos. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o TON recuava a US$ 3,34 (-7,6%), o M se retraía a US$ 0,52 (-4,5%), o AERO era trocado por US$ 0,75 (-4%), o SEI avançava a US$ 0,30 (+8%), o FARTCOIN chegava a US$ 1,02 (+7,5%), o DEXE atingia US$ 8,03 (+6,8%) e o UNI era negociado por US$ 9,91 (+6,4%).
As altas de dois e três dígitos percentuais se encontravam mais numerosas. Nesse caso, o MNT era transacionado por US$ 0,86 (+19,8%), o PUMP orbitava US$ 0,0032 (+15,8%), o LTC valia US$ 127,88 (+14,2%), o MYX disparava a US$ 1,54 (+320%) com acumulado semanal de 1.450%, o ILV atingia US$ 22,48 (+76,3%), o NEIRO estava precificado em US$ 0,13 (+19,3%), o RYU estava cotado a US$ 0,00000095 (+63,2%) e o TROLL se equipava a US$ 0,11 (+43%).
Entre as novas listagens estavam MYX na Bubit Futuros, SUP na Bitget, BOTX na PO2B, DEEP e CETUS na Bitrue, TOWNS na Phemex, MM na Poloniex, XSPA e PROVE na Kucoin, MARIE na LBank.
No dia anterior, as tesourarias compraram a queda do Bitcoin enquanto as criptomoedas reagiam a tarifaço de Trump e ao payroll, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.