Os investidores do Brasil sacaram líquidos US$ 12,8 milhões, R$ 70,4 milhões, de fundos de criptomoedas no acumulado semanal da última sexta-feira (1º), quando as saídas líquidas globais totalizaram US$ 223 milhões após 15 semanas no azul, segundo a CoinShares.
O movimento retrátil no final da semana, de acordo com o relatório da gestora de criptomoedas, aconteceu na esteira da preocupação dos investidores com o payroll, que apontou esfriamento do mercado de trabalho em julho nos Estados Unidos. De acordo com o relatório do Departamento do Trabalho, foram 73 mil novas vagas não agrícolas em julho, ante 106 mil estimados pelos analistas. Os dados coincidiram com a assinatura de um decreto pelo presidente Donald Trump, imponto tarifas alfandegárias adicionais a diversos países, a partir da próxima sexta-feira (7).
Para a CoinShares, a reversão anulou parcialmente o fluxo de US$ 883 milhões em entradas do começo da semana, na seara da divulgação de resultados fortes da economia estadunidense. Entre eles, o avanço a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, resultado que superou a expetativa dos analistas, os resultados da processadora de folha de pagamento ADP, que apontou aumento de 104 mil vagas de emprego em julho, e a divulgação de balanços contábeis de grandes empresas de tecnologia, com destaque para a Microsoft, que se juntou à Nvidia ao alcançar US$ 4 trilhões em capitalização de mercado. O que pode ter contribuído para a manutenção da taxa básica de juros anual do Federal Reserve (Fed).
Além do Brasil, EUA, Alemanha e Suécia sacaram respectivos líquidos de US$ 383 milhões, US$ 35,5 milhões e US$ 33,3 milhões. Em direção contrária, Hong Kong, Suíça, Canadá e Austrália aportaram respectivos líquidos de US$ 170,4 milhões, US$ 52,4 milhões, US$ 12,4 milhões e US$ 7,6 milhões.
O Brasil recuou a US$ 1,56 bilhão no total de ativos sob gestão (AuM), montante que sustentou o país na sexta colocação global. Estados Unidos, Suíça, Alemanha, Canadá, e Suécia registraram respectivos AuM de US$ 156,65 bilhões, US$ 7,31 bilhões, US$ 6,92 bilhões, US$ 6,8 bilhões e US$ 3,97 bilhões, com destaque para o AuM Alemanha, que superou o do Canadá. Globalmente o acumulado global se retraiu a US$ 215,19 bilhões.
Pela aferição voltada aos criptoativos, o relatório da CoinShares chamou a atenção para o pessimismo em torno do Bitcoin (BTC), cujos fundos recuaram em líquidos US$ 404 milhões enquanto cestas multiativos registraram saldo negativo semanal de US$ 4,8 milhões. Por outro lado, o desempenho de produtos de investimento baseados em altcoins ajudaram a minimizar a queda. Esse foi o caso de fundos em Ethereum (ETH), Ripple (XRP) e Solana (SOL), cujas respectivas entradas líquidas semanais foram US$ 133,9 milhões, US$ 31,3 milhões e US$ 8,8 milhões.
Por produtos de investimento, os maiores volumes de entrada foram iShares Ethereum Trust ETF (US$ 394,2 milhões), iShares Bitcoin Trust ETF (US$ 355,3 milhões), Bosera Hashkey BTC ETF-HKD (US$ 178,1milhões), ProShares Bitcoin ETF-USD (US$ 61 milhões) e 21Shares Bitcoin Single (US$ 26,8 milhões). Em direção oposta, os principais volumes de retiradas líquidas foram Ark 21Shares Bitcoin ETF (US$ 443,5 milhões), Fidelity Wise Origin Bitcoin (US$ 354,2 milhões), Grayscale Bitcoin Trust ETF (US% 124,9 milhões), Fidelity Ethereum Fund (US$ 72,1 milhões) e Bitwise Bitcoin ETF (US$ 66,6 milhões).
Na semana anterior os saques nacionais de fundos cripto ultrapassaram R$ 456 milhões enquanto o Ethereum alcançava a supremacia, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.