O mercado de ingressos para jogos e espetáculos, entre outros eventos, além de disputado, é centralizado nas mãos de algumas empresas, de forma geral. Como se não bastasse a luta por garantir a entrada a fim de assistir o time do coração ou os artistas preferidos, conseguir um ingresso também implica riscos, quando eles são comercializados por vias paralelas, na maioria dos casos, que incluem as redes sociais, sites suspeitos e cambistas. O que não quer dizer que todos esses meios alternativos sejam uma fraude. 

Mas, como diriam os mais antigos: “O seguro morreu de velho e o desconfiado ainda está vivo.” Ditado popular que também serve para fundamentar o anúncio feito esta semana pelo provedor de tecnologia de tokens não fungíveis (NFTs) W3Block, de criar uma espécie de fábrica de NFTs destina à produção de ingressos tokenizados, entre outras aplicações dos criptoativos para a diversos segmentos da indústria e do setor de serviços.

A tokenização, que em muitos casos representará a criação de utilities NFTs, criptoativos de utilidade, como os ingressos, foi divulgada pelos empreendedores responsáveis pela criação do marketplace de NFTs Tropix, que recebeu investimento da exchange de criptomoedas brasileira Mercado Bitcoin (MB) e que foi adquirida pelo marketplace Nano Art Market

Em publicação do jornal Valor Econômico, o fundador do W3Block, Daniel Peres Chor, disse que a ideia da criação da tokenizadora começou há pouco mais de um ano, quando a Tropix começou a receber pedidos de criação de NFTs vindos de empresas dos setores de moda, música, esporte e entretenimento. O que levou o empresário a vender a Tropix e se dedicar a estes projetos, abarcados pelo W3Block.

Segundo ele, a tokenizadora possui atualmente 13 projetos e um pipeline de outros 170, em fase de pré-lançamento e negociação. Segundo a publicação, o W3Block também criará NFTs para o grupo 2TM, detentor do MB. 

Entre os projetos está a plataforma de eventos Eventix, que recentemente vendeu os primeiros ingressos tokenizados da história do Maracanã. O que, para o empresário, representou um avanço ao tirar da “informalidade e ilegalidade” o cambista, que, segundo ele, tornou-se um revendedor comercial. 

O empresário também ressaltou a geração de royalties para o estádio e para a produtora do evento toda vez que o NFT for comercializado no mercado secundário, além dos transtornos que atualmente envolvem a venda de ingressos falsificados. Chor acrescentou que, em breve, estarão disponíveis ingressos em NFTs para os estádios do Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), e do Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ), além de ingressos para festivais de música e competições de MMA

Ele informou ainda que os certificados de autenticidade em papel emitidos pela joalheria Sauer serão convertidos para NFTs. Os criptoativos, em outros casos, terão utilidades diversas, como a integração ao programa de fidelidade do “clube tokenizado” Food Busters do influenciador digital Gabriel Gasparini, do Gaspaindica, que inclui degustações e viagens para vinícolas. Já o projeto do renomado chef Rafa Costa e Silva, vinculará os detentores de seus NFT a benefícios exclusivos, como acesso diferenciado a restaurantes, menus especiais e interação com o chef. 

Em um caminho parecido, a startup brasileira de propriedades intelectuais Feel the Match lançou no início do mês uma plataforma para comercializar experiências únicas e exclusivas no mundo real, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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