Reportagem atualizada as 10h08 com a posição da Braziliex sobre o caso

A Polícia Civil está realizando neste momento uma busca e apreensão na sede da exchange brasileira Braziliex, acusada de ser usada por supostos golpistas que atuavam em todo o Brasil a partir de Curitiba. As informações foram veículadas no jornal Bom Dia São Paulo da Rede Globo, hoje, 05 de dezembro.

A Operação na exchange faz parte de uma mega operação que vem sendo realizado em 6 estados do Brasil, Paraná, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Bahia para desmembrar uma quadrilha acusada de aplicar golpes com Bitcoin criptomoedas. Como noticiou o Cointelegraph Brasil, as empresas que são alvo da operação são a Krypton Unite e a Blockchange.

Não houve nenhuma bloqueio judicial em contas da exchange e tampouco as operações foram suspensas. A ação visa buscar documentos que reforcem a apreensão dos golpistas.

Em contato com o Cointelegraph a Braziliex recpondeu que:

"Agentes da Delegacia de Estelionato de Curitiba estiveram na sede da Braziliex no dia de hoje, 05/12/2019, buscando informações a respeito de fraudadores e pirâmides financeiras. 

Firmando o nosso compromisso com a transparência, esclarecemos que recebemos prontamente os agentes e esta ação em NADA interferiu as operações da empresa. A Braziliex atua com forte política de Compliance e ações para coibir possíveis crimes, portanto,  a documentação solicitada foi prontamente disponibilizada por nossa equipe de Compliance.

Reforçamos que a Braziliex mantém fortes práticas e mecanismos para o combate à lavagem de dinheiro através de criptoativos, seguimos nosso trabalho com procedimentos de KYC, utilizando como base jurídica o direito brasileiro, europeu e orientações de organismos internacionais engajados no combate à lavagem de dinheiro.

Todas as funções de compra, venda, saques e depósitos estão funcionando normalmente na Braziliex. Qualquer dúvida, entre em contato com nossa equipe pelo Chat Online, via ticket em nosso Suporte e redes sociais".

Até por volta das 7h já eram sete os presos nesta operação. Entre os presos está um agente carcerário que trabalhava no 11º Departamento de Polícia, na Cidade Industrial de Curitiba.

A operação começou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (05), e deve cumprir um total de 62 mandado judiciais sendo que 11 para prisão temporário dos supostos organizadores do golpe, 16 pedindo bloqueio de contas bancárias e 24 pedidos para apreensão de veículos de luxo.

"A quadrilha transformou o esquema em um golpe da pirâmide no qual apenas os líderes ganhavam dinheiro", revelou o delegado Emmanuel David, da Delegacia de Estelionato de Curitiba.

Como revelou o Cointelegraph, no total são cerca de 50 Polícia Cívis, somente nas ruas do Paraná realiando a operação contra a organização criminosa segundo informou a Polícia Civil. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 1,5 bilhão, entre o dinheiro investido pelas vítimas e a promessa de rendimento feita pelos criminosos.

A Polícia Civil ainda não forneceu muitas informações sobre o caso e disse que pretende detalhar todo o funcionamento do golpe durente uma coletiva de impresa que será realizada ainda hoje, contudo, segundo a investigação, o golpe era operado através de e-mails e mensagens instantâneas por aplicativos como Whatsapp Telegram.

Usando técnicas de marketing multinível os investigados prometiam retornos de até 400%, além de premiações por indicação.Também eram prometidos retornos sobre investimentos de 3 a 4% ao dia. A empresa e tampouco os investigados tinham autorização da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, CVM, para realizar operações no mercado de capitais no Brasil e já haveria denúncia contra eles na autarquia.

A Policia Cívil teria começado a investigar o suposto golpe quando foi acionada por uma vítima da empresa que recebeu um e-mail dizendo que o valor investido só poderia ser pago após seis meses e que durante este período a empresa não pagaria ninguem pois teria sido vítima de uma fraude de cerca de R$ 20 milhões na Argentina.

Segundo informações da Cívil do Paraná, a investigação já chegou a identificar 500 vítimas dos criminosos, mas a estimativa é que o número possa chegar a cinco mil. Os presos assim como outras pessoas que podem estar envolvidas na organização criminosa devem responder por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento particular.

Como noticiou o Cointelegraph, em outro caso de suposto golpe com bitcoin, líderes da Unick Forex teriam aplicado um "golpe em cima do golpe", revelou a Polícia Federal nos desdobramentos da Operação Lamanai.

Segundo a PF, alguns líderes da Unick Forex divulgavam a empresa e arrecadavam dinheiro de clientes alegando que estes valores eram aplicados na Unick, contudo, os valores nunca teriam sido repassados para a Unick, desta forma os líderes teriam construído uma "pirâmide dentro da pirâmide".

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