Após romper US$ 118 mil em nova máxima, liquidar os ursos em US$ 1,2 bilhão e as criptomoedas subirem até 175%, o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 117,5 mil (+5,5%) no início da tarde desta sexta-feira (11), quando o benchmark cripto acumulava alta semanal de 8,9%. O rali pode não ter chegado ao final porque os traders não querem vender seus Bitcoins.

Essa foi a análise feita pela Santiment no X na última quinta-feira (10). Na ocasião, o BTC era trocado de mãos por US$ 113,9 mil, portanto do pico intradiário que aproximou a criptomoeda da resistência de US$ 119 mil.

Segundo a plataforma de monitoramento on-chain, “apesar da alta de +13,6% do preço do $BTC desde o fundo local de 22 de junho, os traders não demonstram interesse em transferir as moedas de volta para as corretoras (para potencialmente vendê-las)”.

De acordo com o rastreamento, entre os endereços de exchanges conhecidos, a tendência de longo prazo continua mostrando os detentores de Bitcoin transferindo suas moedas para carteiras de autocustódia cada vez mais.

A Santiment observou ainda que, “somente nos últimos quatro meses, houve uma queda líquida de 315.830 Bitcoins nas exchanges (-21%) e que, remontando a cinco anos, até julho de 2020, a queda foi ainda mais impressionante, com 1,88 milhão saindo das exchanges (-61%)”.

No geral, a tendência de moedas ficarem fora das corretoras é um sinal de que a ameaça de quedas repentinas do mercado é mais limitada, e os investidores de longo prazo estão cada vez mais satisfeitos em manter suas moedas seguras em armazenamento pessoal a longo prazo”, concluiu.

A pernada de alta do Bitcoin sucedia a divulgação de dados otimistas divulgados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que afastam os riscos de recessão no curto prazo e favoreceram mercados como o de criptomoedas. De acordo com o relatório, os pedidos de auxílio-desemprego apresentaram queda na semana encerrada no dia 4 de julho, a 227 mil, bem abaixo dos 235 mil estimados por analistas consultados pela Reuters. O que sugere retenção da força produtiva pelos empregadores.

O pico do Bitcoin também refletia certa indiferença dos investidores aos novos anúncios de tarifas impostas a produtos de outros países a partir de 1º de agosto, divulgados esta semana pelo presidente Donald Trump. O republicano incluiu o Brasil em uma alíquota alfandegária de 50%, segundo ele em retaliação ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Está bastante claro que o mercado não quer prestar atenção às notícias sobre tarifas até que estas entrem realmente em vigor. Enquanto houver alguma razão plausível para que as tarifas sejam renegociadas, adiadas ou modificadas, o mercado não reagirá”, avaliou Steve Sosnick, analista da plataforma de negociações Interactive Brokers.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil, especialistas anteciparam que o Bitcoin estava prestes a atingir nova máxima histórica no início da semana, já que o benchmark demonstrou resiliência em relação à guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos.