O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio de uma decisão publicada recentemente, determinou que o Cônsul da Guiné-Bissau Adailton Maturino, preso pela Polícia Federal pela Operação Faroeste, deve continuar preso. Maturino é acusado de montar uma verdadeira máfia com apoio de membros do Tribunal de Justiça da Bahia e que teria cometido vários crimes como assassinatos, grilagem de terras, lavagem de dinheiro com Bitcoin e até uma 'ressurreição'.
As acusações contra Maturino descrevem um verdadeiro roteiro de cinema. Segundo o Ministério Público Federal haveria um esquema envolvendo várias instâncias do Judiciário baiano, centrado na atuação de Adailton Maturino, objetivando um imenso processo de grilagem que envolveu a 'ressurreição' de uma pessoa morta, mas que teve seus documentos usados, como se ela estivesse viva, para o registro uma grande propriedade e, depois a morte dos herdeiros vivos.
A suposta máfia teria atuado no estado desde 1985 acusada de 'comprar' decisões na Justiça da Bahia e fazer grilagem de terras.O suposto esquema teria permitido a grilagem de 800 mil hectares de terra no Estado e gerado R$ 1 bilhão de lucro para os articuladores do suposto golpe e envolveria até mesmo Sua Majestade Dom Vincenzo Davide I, suposto líder soberano do Principado de Santo Estevão.
Ainda segundo acusação do Ministério Público Federal, Maturino seria o dono de 13 CPFs falsificados e teria tentado transferir veículos de luxo para a Embaixada do seu País ‘com claro intuito de blindagem patrimonial’.
A história que envolve o suposto cônsul da Guiné-Bissau, a compra de decisões judiciais, os assassinatos e os outros crimes do qual o MP acusa a suposta organização criminosa teria como 'grande feito' um processo de 2015, quando o TJ da Bahia editou uma portaria e desapropriou uma área de 366 mil hectares localizada na região oeste do estado, o equivalente a cinco vezes o tamanho da cidade de Salvador.
As terras da chamada “Fazenda São José”, localizada no município de Formosa do Rio Preto, teriam sido transferidas para uma única pessoa, José Valter Dias - um borracheiro considerado laranja do esquema. Hoje, a área é controlada pela JJF Holding de Investimentos e Participações, que tem entre os sócios Dias, o seu filho, Joilson Gonçalves, e a advogada Geciane Souza Maturino dos Santos, mulher do suposto cônsul - que também foi alvo de mandado de prisão.
A decisão de 2015 teria obrigado 300 agricultores a deixarem as suas terras que, tiveram uma solução proposta pelos novos controladores das terras. Eles teriam que pagar entre 25 a 80 sacas de soja por hectare em um período que variava de seis a oito anos. No total, este acordo renderia cerca de R$ 1 bilhão.
“Este era um ambiente de corrupção sistêmica, em que, além de vidas ceifadas, estão sendo movimentados milhões de reais”, diz o MPF alegando que pelo menos duas pessoas foram assassinadas no decorrer do esquema.
A desfesa de Adailton nega todas as acusações.
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