O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou esta semana a programação e a relação dos expositores da audiência pública que acontece nos próximos dias 11 e 12 para debater os impactos das bets no Brasil.
Em outra frente, o colegiado suspendeu o julgamento de uma liminar concedida em outubro pelo ministro Luiz Fux, que tornou sem efeito um dispositivo previsto na Lei das Apostas Esportivas (14.790/2023) proibindo um mesmo grupo empresarial de concessão em mais de um estado para explorar serviços lotéricos.
De acordo com Luiz Fux, que é relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7721, na qual a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) pede que a Lei das Bets seja declarada inconstitucional pelo STF, o objetivo da audiência pública não é colher interpretações ou teses jurídicas, mas esclarecer questões associadas à saúde mental, aos impactos neurológicos das apostas sobre o comportamento humano, aos efeitos econômicos da prática para o comércio e seus efeitos na economia doméstica, às consequências sociais desse novo marco regulatório, à tributação e extrafiscalidade no setor, à transparência das plataformas de apostas e aos direitos patrimoniais dos apostadores.
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Entre os participantes estão Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União); Dr. Luiz Augusto Santos Lima, Dra. Cecilia Vieira de Melo Sá Leitão e Dra. Nathália Geraldo de Santi (Procuradoria-Geral da República; ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos); Dr. Regis Anderson Dudena (Ministério da Fazenda); Dra. Ana Míria dos Santos Carvalho (Ministério da Igualdade Racial); Dra. Gabriella de Andrade Boska (Ministério da Saúde); Dr. Bernardo Antônio Machado Mota (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública – DRCI); Dra. Juliana Nakata Albuquerque (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária – CONAR), Dr. Pietro Cardia Lorenzoni e Plínio Augusto Lemos Jorge (Associação Nacional de Jogos e Loterias – ANJL).
Em relação à liminar, o julgamento foi suspenso por um de vista do ministro Flávio Dino. O que mantém, por ora, a suspensão liminar de Fux, que atende o pedido formulado pelos governadores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Acre e Distrito Federal. Segundo eles, as restrições previstas na lei diminui a participação das empresas em licitações e cria um ambiente de competição entre os estados, fazendo com que uns percam mais que outros, já que os estados mais populosos seriam mais atrativos.
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Quem também ameaçou entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei das Bets foi o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Segundo ele, o marco normativo das plataformas de apostas on-line no país vai na contramão das garantias básicas aos cidadãos, previstas na Constituição, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.