A fintech BRLA Digital anunciou nesta quinta-feira, 22 de maio, a captação de R$ 12 milhões em uma rodada de financiamento semente, co-liderada pelos fundos Big Bets e Fluent Ventures, com participação da Grão VC, e a continuidade de sua participação no programa de aceleração do Pinheiro Neto Advogados.
A emissora da stablecoin atrelada ao real BRLA também anunciou a conclusão de um processo completo de rebranding, passando a se chamar Avenia. A mudança de nome faz parte da estratégia de expansão da empresa no mercado internacional e busca criar uma identidade alinhada às ambições globais da fintech.
A stablecoin BRLA, no entanto, mantém sua identidade original e continua sendo a base da infraestrutura de pagamentos da Avenia para liquidação de transações em reais.
O investimento será utilizado para ampliar a infraestrutura tecnológica da empresa, com foco nas operações na América Latina, afirmou Matheus Moura, CEO da Avenia em comunicado oficial:
“Mais de 90% do nosso resultado hoje vêm da plataforma de pagamentos transfronteiriços, apesar de sermos amplamente reconhecidos como os emissores do BRLA. O rebranding traz maior clareza sobre o que a Avenia é hoje — e sobre o que estamos construindo para os próximos anos.”
O reforço do setor de conformidade e risco e a obtenção de novas licenças regulatórias estão entre as prioridades da Avenia nesta nova fase, acrescentou Leandro Noel, cofundador e COO da Avenia:
“O Brasil é um ponto de partida estratégico — com um marco regulatório avançado e um mercado altamente digitalizado. A partir dessa base, nossa ambição é construir a infraestrutura de referência para toda a América Latina. Estamos estruturando entidades reguladas em países-chave da região e nos EUA, para entregar soluções cross-border robustas em escala continental.”
BRLA e crescimento da Avenia
Lançado em 2023, o BRLA rapidamente atingiu métricas que o credenciam como uma das principais stablecoins atreladas ao real do mercado de criptomoedas. Com capitalização de mercado de aproximadamente R$ 2 milhões e um volume médio de negociação diária de R$ 285.000, a stablecoin rivaliza com o BRZ, emitido pela Transfero, pelo posto de maior stablecoin atrelada ao real.
Desde seu lançamento há quase dois anos, o BRLA já viabilizou R$ 3 bilhões em transações, atendendo usuários finais e clientes B2B, incluindo fintechs, empresas financeiras reguladas e grandes corporações.
Em menos de um ano, a fintech alcançou o breakeven – termo usado no ambiente empresarial para designar o ponto de equilíbrio financeiro de uma empresa ou projeto. É o momento em que as receitas totais passam a cobrir todos os custos de uma determinada operação.
Em entrevista ao Cointelegraph Brasil em outubro do ano passado, Moura atribuiu o crescimento do BRLA a três pilares que considera fundamentais para o sucesso de uma stablecoin: segurança, usabilidade e liquidez.
"Para atingirmos a marca atual, que tem tudo a ver com a liquidez do ativo, tivemos que trabalhar duro nos dois primeiros quesitos", afirmou Moura. "Nossas reservas ficam 100% em reais, depositadas em bancos de primeira linha e investidas com risco Tesouro SELIC."
Em 2023, o BRLA tornou-se a primeira stablecoin do mundo atrelada ao real a ser auditada de forma independente pela UHY Bendoraytes & Cia.