A Transfero integrou a stablecoin atrelada ao real, BRZ, à Base — a principal solução de camada 2 da Ethereum em valor total bloqueado (TVL). A iniciativa visa expandir a adoção da stablecoin do real com maior capitalização de mercado no ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi)

Em um comunicado divulgado no X (antigo Twitter) em 20 de fevereiro, a Transfero anunciou a implementação de um pool de liquidez do par BRZ/USDC na exchange descentralizada (DEX) Aerodrome Finance (AERO), “adicionando mais eficiência e liquidez ao ecossistema.”

Divulgação da implementação do pool de liquidez do par BRZ/USDC na Aerodrome Finance. Fonte: Transfero (X)

Márlyson Silva, CEO da Transfero, afirmou em entrevista ao Cointelegraph Brasil que a integração do BRZ à Base foi uma decisão racional e necessária, uma vez que a rede é uma das que mais vem crescendo no ciclo atual, “com forte adoção institucional e do varejo, devido à sua versatilidade": 

“A Base nos proporciona um ambiente fértil, com liquidez crescente e oferta constante de novas aplicações. Blockchains são ambientes em constante evolução e mutação, portanto, ter presença em redes que estão constantemente atraindo os melhores empreendedores é essencial para o BRZ.”

Márlyson afirmou que a Transfero pretende utilizar a infraestrutura da rede para ampliar sua oferta de produtos e serviços, como pagamentos e operações cambiais, além de desenvolver novos produtos mais inovadores.

A listagem na Aerodrome é “apenas o início do nosso trabalho", afirmou o executivo. “Pretendemos ter uma integração profunda com o ecossistema e seus dApps [aplicativos descentralizados].”

Brian Armstrong, CEO da exchange de criptomoedas Coinbase, empresa responsável pela infraestrutura da rede de camada 2, repercutiu a notícia em seu perfil oficial no X, mencionando a ampliação da oferta de stablecoins atreladas a moedas fiduciárias alternativas ao dólar no ecossistema da Ethereum (ETH).

Além do real, a naira nigeriana e o franco canadense foram implementados na Base recentemente.

BRZ no ecossistema DeFi

Márlyson revelou que a implementação do BRZ na Base é parte de uma iniciativa mais ampla para integrar o BRZ ao ecossistema de finanças descentralizadas, “com o intuito de democratizar o acesso a DeFi em moeda local.”

O executivo entende que produtos que ofereçam novos casos de uso para a stablecoin atrelada ao real podem ter um impacto positivo na adoção dos ativos digitais no Brasil, sem a obrigatoriedade de conversão de fundos em dólar ou criptomoedas:

“A dolarização ou a adoção de qualquer outra base monetária deve ser uma opção do usuário e não uma necessidade para se utilizar DeFi. O BRZ está aqui para, de fato, oferecer essa opção. Portanto, seguiremos listando e integrando protocolos do interesse de brasileiros.”

Os planos da Transfero nesse sentido não se limitam ao Brasil, acrescentou Márlyson:

“Essa é uma necessidade latente para toda a América Latina, a qual estamos endereçando com outras stablecoins de nosso portfólio, como o ARZ (Argentina), oCLZ(Chile), e outras ainda por vir.”

“Entendemos que as stablecoins são uma peça fundamental para que o ecossistema de criptomoedas cresça localmente", concluiu o executivo.

Em 2025, a Transfero planeja expandir suas operações no mercado global e concluir sua primeira rodada de financiamento, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.