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Promotoria abre Inquérito Civil para investigar empresa ligada ao Grupo GenBit

Empresa ligada ao Grupo GenBit está sendo investigada pela Promotoria de Justiça

Promotoria abre Inquérito Civil para investigar empresa ligada ao Grupo GenBit
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A Promotoria de Justiça do Estado de São Paulo anunciou em 27 de fevereiro que iniciou uma investigação com a finalidade de apurar denúncias com relação a empresa de Campinas, New Tiger Merchant Bank, ligada ao Grupo GenBit que, inicialmente, por meio da Zero10, oferecia rentabilidade garantida por meio de supostas aplicações em bitcoin e criptomoedas no mercado Forex, proibido no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Promotora de Justiça; Origem: 5ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO CONSUMIDOR DA CAPITAL; INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO CIVIL – 5ª Promotoria de Justiça do Consumidor; Inquérito Civil: 003.9.218011/2020; Objeto: com base no quanto disposto pelos artigos 6o, incisos III, IV e VI, 30, 31, 35, 39, V e VIII, bem como pelo dispositivo 51, parágrafo 1º, incisos I a III, do CDC, e ainda com esteio na Representação formalizada pelo Sr. Julival de Souza Cardoso, para apurar notícia de que a empresa NEW TIGER MERCHANT BANK LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ 74.047.689/0001-46, com sede Rua Umbu, nº 68, Andar 1, Salas 32 e 33, Loteamento Alphaville Campinas, CEP 13098-325, Campinas, São Paulo, atua no setor financeiro, oferecendo empréstimos no cartão de crédito e gerenciando investimentos com ativos financeiros e criptomoedas, de forma supostamente fraudulenta, atrasando os pagamentos dos clientes e bloqueando saques".

Ligada a Zero10/GenBit a New Tiger afirmava atuar como um banco, contudo, segundo as denúncias, seria apenas mais uma empresa usada pelo grupo, comandado supostamente por Nivaldo Gonzaga dos Santos e parte do 'golpe' de pirâmide financeira.

Como vem noticiando o Cointelegraph, a GenBit/Zero10 surgiu no ano passado oferecendo rentabilidade garantida por meio de supostas aplicações com Bitcoin. Contudo a empresa não possuía autorização ou dispensa da CVM para atuar no mercado nacional. Fato que levou a autarquia a emitir pelo menos três alertas contra a empresa e, em todos eles, determinando a suspensão de suas atividades.

Embora o grupo tenha declarado, no ano passado, que havia encerrado suas atividades e cumprindo as determinações da CVM, o mesmo não ocorreu e, ao invés de atuar com o nome de Zero10, passou a atuar como "GenBit", oferecendo os mesmos pacotes de investimento e rentabilidade garantida, novamente, em desrespeito a CVM.

No entanto, apesar das comunicações da CVM a empresa continuou arrecadando clientes até que parou de pagar seus usuários em meados do ano passado, gerando uma avalanche de reclamações e processos judiciais. Além da New Tiger também integrariam o grupo a Zurich Capital de Investimentos; HDN Participações; Procar Rent a Car; Arbor Serviços de Gestão Financeira e Gensa Serviços Digitais.

Em sua defesa a empresa nega que seja uma pirâmide financeira e que pagará todos seus clientes.

"A Tree Part continua empenhada em demonstrar a todas as instituições públicas constituídas a legalidade e a lisura do seu sistema de usabilidade e sustentabilidade dos ativos digitais, e acredita na brevidade do esclarecimento e encerramento de quaisquer dúvidas acerca do seu modelo negocial.", declara.

Quem também está investigando as atividades da GenBit é a Polícia Civil de Campinas que já teria recebido inúmeras denúncias de investidores que teriam sido lesados pela empresa. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo destaca que  um inquérito foi instaurado no 4º Distrito Policial para "apurar eventual crime contra o sistema financeiro nacional".

"O procedimento está em trâmite, com diligências sendo realizadas pela equipe. Vítimas foram ouvidas e os responsáveis legais pela empresa, intimados para prestarem depoimento", diz a SSP.

O Ministério Público da Bahia também está investigando a empresa e, como parte de sua diligência, solicitou  o bloqueio de até R$ 1 bilhão de ativos da empresa e de seus sócios.

Já a GenBit afirma que da culpa dos saques atrasados na empresa é da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de uma suposta desvalorização do Bitcoin e disse que só pagará seus clientes com uma criptomoeda própria, chamada Treep Token (TPK). Proposta que já foi considerada ilegal pela justiça em processos abertos contra a empresa por investidores..

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