Seguindo as regras da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM), a distribuidora de valores nacional, Vitreo anunciou uma parceria com a corretora Avenue Securities para permitir que investidores nacionais possam ter acesso a qualquer ação ou ativo negociado nas bolsas de valores americanas, como Nasdaq e bolsa de valores de Nova York e, com isso também permitirá o investimento direto no "Bitcoin Futuro" da Bakkt, ou CME.

A parceria entre a Vitreo e a Avenue vai permitir o investimento nas bolsas americanas (o que já é possível hoje) mas com mais facilidade e rapidez, já que as empresas usaram um sistema baseado em blockchain que fará a remessa e conciliação dos valores para que eles possam ser disponibilizados no exterior para o cliente poder investir,

Hoje, este processo, sem blockchain, demora até 15 dias, pois uma corretora nacional precisa entrar em contato com outro nos EUA, acertar os custos e comissões e então fazer a 'troca' disponibilizando o aporte. Já com a parceria Vitreo e Avenue, usando blockchain para remessas, as empresas prometem fazer isso em minutos.

Desta forma, o abre uma conta na Vitreo preenche o cadastro de acordo com as normas de KYC, e transfere os recursos para a conta que deseja operar. Na outra ponta, a empresa recebe o dinheiro e usa blockchain para fazer a remessa e validação para a Avenue em Miami, usando o banco Bexs, seguindo as regras do Banco Central e o investidor tem os custos da conversão cambial e paga uma taxa de corretagem, que oscila conforme o valor que ele movimenta e começa em US$ 2,50.

Segundo uma reportagem do jornal Valor, publicada em 17 de fevereiro, não há valor mínimo para as aplicações, mas o ticket médio de quem tem conta lá é de US$ 7,5 mil. Os clientes da empresa vão receber ajuda de consultores financeiros e materiais educativos sobre como funciona o mercado americano.

A Avenue tem entre os sócios a Vectis Partners, cujos sócios também são donos da Vitreo; a E-bricks; Carlos Ambrósio, atual presidente da Anbima; Christian Klotz, da Brasil Capital; Ricardo de Paulo (ex-Garantia); e Marco Kheirallah (ex-BTG) mas, apesar da recente parceria, a empresa começou a operar no Brasil pela 'porta dos fundos', já que iniciou operações sem autorização da CVM o que acabou resultando na emissão de um Stop Order pela autarquia.

Depois do Stop Order a empresa parou de captar clientes mas mantém um portfólio com 55 mil clientes, mais de 80% deles brasileiros. Agora com a parceria com a Vitreo e 'nos moldes' da CVM, espera chegar a 150 mil - ou 10% do 1,5 milhão de CPFs cadastrados na bolsa brasileira.

“O brasileiro que já atendemos tem o desejo de proteger os recursos da oscilação cambial. O cenário atual, de taxas de juros nas mínimas históricas, também favorece essa busca por novas alternativas de investimento como a bolsa americana, a maior do mundo”, afirmou Roberto Lee, sócio da Avenue.

Como noticiou o Cointelegraph, o uso de blockchain tem se expandido pelo mercado financeiro no Brasil e, recentemente, a Fintech brasileira BluPay, que trabalha com remessas baseadas em blockchain e foi fundada por Rubens Rocha, foi adquirida pela Valid, empresa brasileira listada na Bolsa de Valores brasileira (B3) que tem representação em mais de 16 países e oferece serviços financeiros conectados com a tecnologia digital e com a digitalização da economia.

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