Apesar do retrocesso no valor do mercado de criptomoedas e na queda de quase 90% nas negociações de NFTs no OpenSea, o mercado de tokens não fungíveis continua atraindo investidores, marcas e movimentando o mercado de arte e entretenimento no país, conectando esperiências físicas e digitais.

Prova deste interesse, mesmo no bear market, foi a coleção brasileira de NFTs criada por meio de uma parceria entre a Rough Diamonds e a OneFootball, que esgotou em 1,47 segundos em seu lançamento. A coleção é uma série de 200 NFTs retratando camisetas de times de futebol.

Quem adquiriu o NFT e obter um pack de "moments" da OneFootball, vai concorrer a uma camisa autografada de um clube da série A italiana.

"Acreditamos que essa colaboração coloca a forma de colecionar artigos esportivos em um novo nível. Estamos felizes em colaborar com uma empresa como a OneFootball, referência em transmissão e informação esportiva. O fã pode ter certeza que é apenas o começo de uma grande colaboração”, disse Bruno Pessoa, CEO e cofundador da empresa.

Outro momento que ilustra que os NFTs ainda 'estão na moda' e que, nos próximos anos, devem expandir seu campo de atuação foi a consagração da brasileira NFTFY, aplicação descentralizada (DApp) que fraciona NFTs, como ganhadora do hackathon promovido para desenvolvedores durante a Devcon Colômbia.

O projeto ZK Vote foi desenvolvido para o hackathon realizado pela Polygon ID e se destacou entre os demais. Por meio do blockchain, um emissor era criado e funcionava como uma espécie de título de eleitor.

Assim, o eleitor poderia entrar na aplicação e votar. A equipe NFTFY ainda utilizou da tecnologia de Zero Knowledge Proof, que permite comprovação de votos sem especificar em quem cada um dosparticipantes votou. 

“A participação em competições como essas são de extrema importância para o desenvolvimento de tecnologias que evoluem o mundo cripto. Acredito que o desenvolvimento de uma tecnologia que permite eleições descentralizadas é algo muito interessante para ser levantado já que explora uma de várias possibilidades do Blockchain como ferramenta que vai muito além do que apenas criptomoedas.”, afirma Leonardo Carvalho, CEO e Cofundador da NFTFY.

Além deste projeto, a NFTFY também participou e foi ganhadora do hackathon promovido pela USSD. Os desenvolvedores participantes seguiram com a ideia de promover o projeto Ethereum Stacked Together, um protocolo que viabilizava Pools de validadores da Ethereum que tinha como grande diferencial o aumento do número de participantes em uma validação.

Assim, a tecnologia desenvolvida permitia entrar em um Pool compartilhado até juntar 32 Ethers e depois criar um validador com uma rede de máquinas a partir de 4.

NFTs em todo lugar

Enquanto os NFTs ganham aplicações para além de ativos digitais ligados a arte, a Ripio está promovendo uma inciativa para ilustrar que o mundo digital e o físico podem ser unidos por meio dos tokens não fungíveis, no qual experiências imersivas criam formas de interação social.

Para isso, a empresa está patrocinando uma série de exibições do trabalho imersivo em NFTs do artista digital Refik Anadol. A primeira exposição ocorre no Museu de Artes Plásticas Eduardo Sívori, em Buenos Aires (Argentina), além disso, entre outras atividades que fazem parte do programa está a palestra 'WAGMI: comunidades web3', coordenada pela Ripio e artbag.

Segundo Juan José Méndez, Chief Brand Officer da Ripio, a iniciativa abre as portas do mundo das novas artes digitais para um público que ainda não teve a oportunidade de apreciá-las.

“Vemos a arte como um excelente instrumento para aproximar, acompanhar e acolher mais pessoas na web3, que para nós é uma nova etapa e o futuro do ecossistema cripto. Muitas vezes, as criptomoedas recebem o foco ou são associadas principalmente ao valor do Bitcoin (BTC) ou do Ethereum (ETH), mas é necessário reforçar que a economia digital vai muito além disso. Hoje a web3 propõe um mundo mais descentralizado que precisa que todos tenham acesso e entendam seu alcance e valor”, frisa o executivo.

Quem também acredita neste conceito de Méndez, sobre abrir portas para o mundo digital, é a brasileira Zappts que para comemorar seus oito anos de fundação desenvolveu uma coleção de NFTs exclusiva para todos os colaboradores espalhados pelo Brasil.

Para possibilitar a entrega das NFTs, os colaboradores criaram carteiras na rede Polygon, em seguida, a Zappts enviou a NFT para o endereço compartilhado pelos funcionários, dentro de suas respectivas carteiras.

“Além da NFT que todos os colaboradores receberam, também criamos uma NFT para cada um dos sete valores da Zappts. Promovemos também uma votação em que cada um dos Zappters sinalizou qual colaborador mais representa aquele respectivo valor. O colaborador mais votado de cada um dos valores, receberá outro NFT específico do valor que o representa”, explica Gabriel Figueira, Head de Marketing da Zappts. 

Para entender toda esta transformação

De olho neste movimento da nova economia e como isso impacta não apenas a geração de valor no mundo digital mas também a relação entre as pessoas e destas com o governo , a Revista dos Tribunais, uma das principais publicações jurídicas do país, reuniu uma série de autores na obra “Criptoativos, tokenização, Blockchain e metaverso: aspectos filosóficos, tecnológicos, jurídicos e econômicos”.

O trabalho procura desmistificar todo o ecossistema Web3. Trata-se de um livro multidisciplinar, que aborda todo o ecossistema de criptoativos e suas nuances pelo prisma de várias ciências, realizando uma análise de como toda esta nova tecnologia irá impactar a geração atual e as gerações futuras.

A obra contém mais de 80 artigos, que abordam as temáticas sobre quatro aspectos:  

  • Filosófico: evolução tecnológica, dogma de conswnso, ontologia, semiótica; 
  • Tecnológico:  conceitos, funcionamento de criptoativos, algoritmos de consenso, contratos inteligentes, finanças descentralizadas; 
  • Jurídico-regulatório e econômico:  natureza jurídica dos criptoativos e tokens, competência regulatória, marco legal do câmbio, jogos e moedas virtuais;  
  • Tributários e penais:  tributação de criptoemoedas, compliance fiscal, nota fiscal eletrônica, acordos de bitributação, evasão de divisas, dentre outros. 

LEIA MAIS

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.