Um dos principais argumentos dos bancos para encerrar ou evitar manter aberta conta corrente de empresas de Bitcoin e criptomoedas é a preocupação com lavagem de dinheiro. Porém, nesta quinta, 26, um Banco público brasileiro é acusado de estar envolvido em um mega esquema criminoso.

Assim, a Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (26/11), a Operação “Canal Seguro”, nova etapa da Operação Descarte.

Segundo a RFB, o objetivo é obter provas adicionais relativas a operações fraudulentas utilizadas para esconder a ocorrência de sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de instituição financeira, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.

Estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios dos investigados e de pessoas ligadas a diferentes organizações criminosas. As ações ocorrem em São Paulo (SP), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ).

Organização criminosa

A RFB destacou que a análise do material apreendido na primeira fase da Operação Descarte, realizada em 1º de março de 2018, em conjunto com a realização de novas diligências, identificou que a organização criminosa é especialista em arquitetar sofisticados esquemas para sonegação tributária, crimes financeiros e lavagem de dinheiro, teria atuado também provendo recursos em espécie para uma corretora de seguros.

O valor dos autos de infração lavrados pela Receita Federal na Operação Canal Seguro, etapa atual da Operação Descarte, é de R$ 17,17 milhões.

A corretora de seguros alvo da Operação “Canal Seguro” é investigada por ter contratado a organização criminosa descoberta na primeira fase da Operação Descarte para supostamente prestar serviços jurídicos que não teriam sido realizados.

O valor pago pelos supostos serviços era então devolvido pela organização criminosa em espécie, para pagamento a beneficiários ainda não identificados.

Nessa operação, também teriam participado um lobista de Brasília e o presidente da corretora de seguros.

A corretora alvo da operação tem como acionista minoritário um banco público, porém, até o momento, os nomes não foram divulgados.

Lavagem de dinheiro

Além disso, em fiscalização executada na corretora, Auditores-Fiscais da Receita Federal identificaram operações superfaturadas, com a passagem dos recursos por várias camadas até chegarem a pessoas físicas e jurídicas relacionadas aos dirigentes da corretora fiscalizada.

Ainda segundo a RFB, dentre as pessoas jurídicas relacionadas aos diretores da corretora estão uma empresa patrimonial, uma empresa de intermediação de negócios e dois restaurantes.


No âmbito da operação Descarte, os Auditores-Fiscais da Receita Federal identificaram que os operadores envolvidos eram autores de outros esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro, em operações que ainda estão sendo investigadas.

Até o momento, a Receita Federal já abriu, desde a primeira fase da Operação Descarte, 298 procedimentos fiscais e lavrou Autos de Infração na ordem de R$ 1,199 bilhão.

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