A brasileira BRF, uma das maiores empresas do mundo no setor de alimentos, destacou, em entrevista publicada no jornal O estado de São Paulo, que pretende usar blockchain e novas tecnologias para evitar o desperdício de comida.

Segundo a publicação, inicialmente a BRF lançou um programa de incentivo para startups com a finalidade de encontrar soluções para atender a cinco demandas da companhia. Contudo, embora cerca de 80 empresas tenham apresentados propostas, nenhuma delas conseguiu encontrar uma solução para um dos principais desafios, que era desenvolver próteses (dentárias ou corporais) com ossos suínos.

O resultado, abaixo das expectativas, foi o pontapé que a BRF precisava para tirar do papel um plano antigo de se aproximar do mundo universitário e científico em busca de soluções para a empresa que lançou agora o Emerge Labs BRF.

"A iniciativa surgiu para estreitar os laços entre a academia e a indústria e para desenvolver cientistas empreendedores. Outro motivo é a falta de foodtechs que sejam realmente ‘tech’ (com tecnologia) no Brasil.Queremos saber o que tem dentro dos celeiros da academia para nos ajudar a desenvolver soluções inovadoras”, diz o executivo”, destacou o diretor de inovação da BRF, Sergio Pinto.

Com o novo programa, Sergio revela que deve selecionar 16 projetos de autores brasileiros que tenham tecnologias criadas através de pesquisas científicas e os vencedores vão integrar o programa que terá início em janeiro, com encontros online e presenciais, em São Paulo até março de 2020.

No foco do programaa BRF,  revela que vai buscar tecnologias para processos industriais relacionados a embalagens, novos materiais, biotecnologia e biossegurança, nanotecnologia, inteligência artificial, blockchain, internet das coisas (indústria 4.0), logística, criação ou plantio, tempo de prateleira dos produtos, aditivos e ingredientes, entre outros.

“Quando pensamos em sustentabilidade, a questão do desperdício é fundamental. Afinal, como alimentar um contingente de pessoas que não para de crescer no mundo? Não podemos continuar agindo da mesma forma”, diz Sergio Pinto. Ele conta que hoje a receita de inovação representa 3% do total da companhia; em 2023 a expectativa é que esse número alcance os 10%. Isso será resultado de uma série de lançamentos. Neste ano, por exemplo, a empresa colocou no mercado mais de 100 novos produtos.

Como noticiou o Cointelegraph, a BRF já usa blockchain, em parceria com a IBM e com o Carrefour em um programa que busca rastrear itens na cadeia de produção.

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