A suposta pirâmide financeira Wish Money, que teve divulgação feita pelo apresentador de televisão Amaury Jr (que também ajudou a divulgar o Grupo Bitcoin Banco), está atrasando o pagamento de seus clientes, conforme publicações nas redes sociais.

“Vocês viram na semana passada aqui no nosso programa, uma grande festa que eu tive o privilégio de registrar no Rio de Janeiro chamada Wish Day”, destacou o apresentador durante um de seus programas.

Em seu site a empresa oferece diversos pacotes de investimento com retornos diários de até 2%. Entretanto a WishMoney não têm autorização da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) para operar no mercado de capitais do Brasil e tampouco seus operadores têm autorização da autarquia.

"Pacotes de Investimento: $50: Diário: U$1; Mensal: U$23 / $100: Diário: U$2 Mensal: U$46 / $250: Diário: U$5; Mensal: U$115 / $525: Diário: U$10,5; Mensal: U$252 / $1050: Diário: U$21; Mensal: U$504 / $2100: Diário: U$42; Mensal: U$1008 / $5200: Diário: U$104; Mensal: U$2496 / $10.000: Diário: U$200; Mensal: U$4800 / $25.000: Diário: U$500; Mensal: U$12000 / $50.000: Diário: U$1000; Mensal: U$20000", promete a empresa.

Nas redes sociais investidores alegam que a empresa está impedindo saques e que também não responde em seu canal de suporte.

"A empresa simplesmente não responde as dúvidas dos investidores. Além do mais não disponibilizam os valores reais obtidos pelo cliente e recentemente o valor que tinha disponível para saque simplesmente DIMINUIU, sendo que lançaram uma tal de moeda própria e o site sequer disponibiliza o campo para visualizar o valor disponível para saque. Uma verdadeira bagunça", alega um investidor de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.

Já outro investidor de Campinas, no interior de São Paulo, declarou:

"A empresa não está cumprindo com o combinado. Entrei na empresa a menos de um mês e o saques não estão acontecendo conforme promessa da empresa. A desculpa é que eles estão criando sua própria moeda, sendo que eles não te dão opção de escolha. Quero meu dinheiro de volta", alega..

Além de Amaury Jr, o lutador de MMA e um dos maiores campeões da categoria, Minotauro e outras celebridades ajudaram a promover uma suposta pirâmide financeira baseada em Bitcoin criptomoedas e estiveram hoje, 17 de agosto, no Rio de Janeiro, no evento de pré-lançamento da companhia.

Minotauro foi um dos palestrantes do evento que também contou com um show do artista Nego do Borel. Amaury Jr esteve presente no evento registrando a chegada da "Holding americana". O jogador Denilson também ajudou a promover a empresa gravando um vídeo de publicidade para a Wishmoney e também compareceu ao evento.

A Wishmoney afirma que é uma "holding multinacional", que vêm se "estruturando há mais de 2 anos para a união do melhor dos mundos: Mercado financeiro, produtos, serviços e Marketing Multinível” A empresa afirma ainda ser voltada para a smart city e que seria a primeira construção usando o protocolo Hashgraph, embora não tenha divulgado qualquer documento técnico para provar suas afirmações.

"A WishMoney é a primeira criptomoeda com uma exclusiva tecnologia HASH GRAPH que permite:  O aumento da velocidade das transações, mantendo um altíssimo nível de segurança (600 mil por segundo);  Tecnologia Crypto-mining que permite minerar a moeda através do seu telefone; Disponibilidade de mineração de 6 bilhões de wish moneys"

Como noticiou o Cointelegraph, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) está neste momento nas ruas de Curitiba para cumprir 20 mandados judiciais envolvendo pessoas relacionadas com uma suposta pirâmide financeira, acusada de aplicar golpes que podem ultrapassar mais de R$ 30 milhões.

O nome da suposta pirâmide não foi revelada ainda pelas autoridades e nem como a empresa atuava, tampouco se a companhia operava com investimentos em Bitcoin ou não. Entre os mandados há desde busca e apreensão de bens até prisões temporários. Os polícias estão em endereços relacionados com o suposto grupo criminoso.

O caso vem sendo investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Economia e Consumidor (Delcon), pelo delegado André Gustavo Feltes.