Enquanto especialistas apontam que blockchain pode ser usada para combater Fake News, uma pesquisa realizada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, revelou que o WhatsApp é a principal fonte de informação dos brasileiros. Segundo os dados, 79% dos entrevistados afirmaram receber notícias por meio da rede e, a maioria, não checa se a informação é verdadeira ou não. 

“Essa ferramenta é tão importante que já é até instrumento de trabalho. Nos dias em que apresenta erros, os usuários ficam desesperados”, lembra a professora de Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter, Maria Carolina Avis.

Somente no Brasil, o WhatsApp possui mais de 136 milhões de usuários e para a especialista, o sucesso do aplicativo está na comunicação, que é pessoal e cada vez mais próxima. “A verdade é que pessoas acreditam em pessoas, o aplicativo acaba sendo uma fonte de informação confiável, embora saibamos que as fake news são facilmente distribuídas por lá também”.

“Como existem muitos escândalos de compartilhamento de dados pela empresa Facebook, que operacionaliza o WhatsApp, pode ser que nos próximos anos as pessoas passem a usar com mais frequência outras redes sociais. Já existe o Telegram que é muito parecido com o Whats, mas a adoção ainda é muito tímida no país”, explica Maria.

A disseminação das redes sociais e dos aplicativos de compartilhamento de mensagens é um grande complicador para o combate de Fake News. Contudo, um novo relatório da Gartner revelou que a tecnologia blockchain deve ser responsável pela autenticação de 30% do conteúdo global de notícias e vídeos, podendo ser fundamental no combate às notícias maliciosas.

Segundo a matéria, o vice-presidente de pesquisa da Gartner e autor do estudo, Avivah Litan, diz que pouco menos de 1/3 do conteúdo produzido no mundo estará autenticado nos livros de blockchain até 2023, "contrariando a 'tecnologia Deep Fake'".

Em agosto de 2019, a agência de notícias Associated Press (AP) assinou uma parceria de licenciamento de conteúdo com a startup blockchain Civil. A AP alegou que estava interessada em explorar formas de proteger os direitos de propriedade intelectual, apoiar o jornalismo ético e rastrear o uso do conteúdo com a tecnologia blockchain.

Porém apesar dos anúncios e das pesquisas ainda não há qualquer aplicação usando blockchain que ajude a combater Fake News, que devem proliferar ainda mais em 2020 tendo em vista as eleições municipais que ocorrem em mais de 5 mil cidades em todo o país.

Como noticiou o Cointelegraph, o próprio Facebook tornou-se recentemente parceiro de uma iniciativa para desenvolver ferramentas de detecção de conteúdo falso, com participação de outros gigantes como Microsoft, Amazon, Google, DeepMind e IBM, além de acadêmicos de Oxford, MIT, Cornell Tech e UC Berkeley.

Confira mais noticias