Representantes do PayPal disseram que seguem cautelosos com o futuro da planejada stablecoin Libra, de propriedade do Facebook, segundo uma reportagem de 14 de setembro da Agence France Press (AFP).

A vice-presidente de relações com investidores do PayPal, Gabrielle Rabinovitch, enfatizou que a participação da empresa na Libra Association representa um "compromisso não vinculativo", observando que:

"Obviamente, acho que há muito a se fazer e acontecer antes de chegarmos a esse ponto em que [o Libra] se torne algo mais do que apenas uma ideia muito emocionante".

"Democratizando o acesso ao capital"

Conforme relatado anteriormente, a Libra Association é uma organização independente, sem fins lucrativos, criada para comandar a futura rede Libra. Conta com 28 membros fundadores - incluindo PayPal, Visa, MastercardUber e Spotify - cada um dos quais foi obrigado a investir US$ 10 milhões para participar.

Mesmo que cada vez mais reguladores e governos nacionais continuem a se mostrar relutantes sobre os planos de moeda digital da gigante das mídias sociais, Rabinovitch enfatizou que, em última análise, os objetivos e ambições do Libra estão alinhados com os do PayPal.

Ela os definiu como "de serventia aos menos favorecidos" e "democratizador no acesso ao capital".

"Então acreditamos muito no potencial de Libra", disse ela.

Em agosto, fontes não reveladas alegaram que pelo menos três membros da Associação pensavam retirar seu apoio ao projeto à luz da crescente pressão regulatória e política.

Libra confiante enquanto críticos enfatizam riscos

Apesar da forte pressão regulatória - que só se intensificou desde que o Facebook divulgou seus planos para o Libra em junho - Bertrand Perez, o diretor-geral da Libra Association afirmou na semana passada que a associação está comprometida em eliminar todos os obstáculos e que o Libra deve ser lançado por volta do segundo semestre de 2020.

Os comentários de Perez foram afetados pelas duras observações do ministro das Finanças francês Bruno Le Maire, que declarou que a França tentaria barrar o desenvolvimento do Libra em solo europeu, alegando que nada menos do que a "soberania monetária dos estados está em jogo".

Depois de Le Maire, parlamentares alemães também disseram nesta semana que são contra a autorização do Libra na União Europeia e ecoaram a proposta do ministro francês de desafiar o projeto com uma "moeda digital pública" apoiada pelo governo e nascida na Europa.

Hoje (16),autoridades do Banco Central Europeu e 25 bancos centrais globais devem se encontrar com os fundadores do Libra para avaliar os riscos de estabilidade financeira do projeto.