Nas últimas semanas, o token nativo do protocolo Aave (AAVE) cresceu 97% desde que recebeu a atualização para a versão 3 no início do mês de março, segundo dados do projeto.
Além da atualização, a plataforma foi selecionada, juntamente com outras 9 empresas, pelo Banco Central do Brasil para o desenvolvimento de provas de conceito com o Real Digital, a CBDC do Brasil.
“A AAVE é um token de um protocolo de empréstimos descentralizados, um dos maiores protocolos do mundo, com mais de vinte e cinco bilhões de dólares presos ali dentro em ativos presos investidos. Ela é uma das líderes dessa desse ramo de DeFi da parte de empréstimos”, explica Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance.
De acordo com Nousi, a escolha da plataforma pelo Banco Central para o desenvolvimento da CBDCs colabora em seu crescimento e traz um respaldo para ela.
A demanda pelo criptoativo entre os traders, fez com que a AAVE subisse cerca de 27%. Com isso, o valor de contratos futuros em aberto de AAVE está em torno de US$210 milhões, enquanto o valor bloqueado na plataforma aumentou 10%, segundo a DeFi Llama, dando um salto de US$14 bilhões.
“Outro ponto importante também é que ela lançou a sua terceira versão, a sua V3, que possibilita o usuário utilizar diversas redes diferentes de Blockchain, tem o poder de migrar tokens entre diferentes redes e também ter uma maior eficiência no capital, onde você pode pegar muito mais dinheiro emprestado. Antes o máximo que você poderia pegar emprestado com seu colateral depositado era 88%, agora o máximo vai ficar próximo de 95%”, explica o especialista.
Para Nousi, essas novidades aumentaram a atratividade de transacionar dentro da AAVE.
“Ela cresceu bastante e está com vários desenvolvimentos interessantes. Outra coisa também que está no radar é que ela planeja soltar uma rede de mídias sociais. Muita gente critica o Facebook e o Twitter por ser centralizado, por ter algum tipo de censura. Então ela busca criar um protocolo de mídias sociais que poderia ser descentralizado, justamente para atender essas necessidades que muitas pessoas estão tendo neste momento”, finaliza Andrey Nousi.
Brasil
De acordo com uma pesquisa realizada pela exchange americana Gemini, o Brasil em 2021 está entre os top 3 países em crescimento de usuários de cripto, juntamente com Hong Kong e Índia. O estudo analisou o comportamento de mais de 30.000 investidores em 20 países - no comparativo entre continentes, a criptoeconomia cresceu 46% na América Latina.
Segundo destaca Rodrigo Soeiro, fundador da Monnos, no último ano, o número de usuários de cripto quase dobrou globalmente. Mais de 3/4 dos bancos centrais ao redor do mundo já estudam o lançamento de criptomoeda própria.
Além disso ele aponta que El Salvador adotou o Bitcoin como moeda local junto ao dólar e outros países cogitam dar o mesmo passo, fora a presença de marcas do setor inundando patrocínios de clubes de futebol, eventos e até pessoas, como Tom Brady, Gisele Bundchen e Neymar.
"Por fim, mas não menos relevante, o conflito entre Rússia e Ucrânia mostrou o quão frágil são os bancos e o consequente acesso a capital, quando o cenário de incerteza econômica foge do controle. Tudo isso encabeçou uma expansão da criptoeconomia, e é natural que o próximo passo seja político”, complementa Rodrigo.
O especialista conclui que não há melhor hora para ocorrer a representatividade cripto no universo eleitoral, principalmente porque a criptoeconomia inevitavelmente será regulada e, quanto mais pessoas próximas ao ecossistema participarem dessa discussão, melhor será para o setor e seus usuários.
Mas ele alerta que, assim como a política está se apropriando da criptoeconomia, cabe à população também analisar em quais discursos ela está sendo apropriada.
“A criptoeconomia é, acima de tudo, a liberdade econômica de cada indivíduo. E é preciso que as pessoas se atentem a isso ao analisarem as propostas políticas. O que o candidato está dizendo sobre esse universo, se o seu discurso apoia o seu desenvolvimento ou o contrário. Porque a posição política que ele tomar acerca de cripto dirá muito sobre a sua visão da economia em geral”, conclui.
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