Resumo da notícia:

  • OKX foca em produtos pagamentos, stablecoins e produtos personalizados no Brasil.

  • Hong Fang teme “bancarização” do mercado de criptomoedas com a adesão de Wall Street.

  • Presidente da exchange defende autocustódia de criptomoedas.

A presidente global da OKX, Hong Fang, classificou o Brasil como prioridade número um para as operações da exchange de criptomoedas relacionadas a produtos de pagamento e stablecoins, em entrevista divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Valor.

De acordo com a executiva, o foco são os produtos personalizados da empresa no país, como a recém-lançada plataforma de pagamentos OKX Pay, que prevê um rendimento anual de até 10% sobre o saldo mantido em stablecoin lastreadas no dólar americano, e um cartão de débito internacional baseado em criptomoedas.

Segundo ela, “stablecoins ajudam as pessoas a ficarem mais confiantes e o Brasil é um grande país para começar a impulsionar esses novos casos de uso”. No caso, a conta de pagamentos dolarizada aos investidores nacionais.

Em relação à adoção global de criptomoedas, como a entrada de gigantes de Wall Street como a gestora BlackRock, Fang admitiu ter um sentimento misto. Na avaliação da executiva, a narrativa institucional deve dominar o setor, que deve lutar para não incorrer nos mesmos problemas do mercado tradicional, como o excesso de intermediários, em detrimento das pessoas.

Hong Fang disse que teme uma “sobrefinancialização” com a entrada desses grandes players de Wall Street no mercado de criptomoedas, levando o setor a uma direção errada, fora dos interesses da comunidade de varejo. Isso porque, Hong Fang, apesar de liderar um exchange centralizada, afirmou que é a favor da autocustódia, sem censura, que os ativos registrados em blockchain reporesentam o futuro e que as inovações mais expressivas acontecem no ambiente das finanças descentralizadas (DeFi).

A presidente da OKX, que acumula experiência de oito anos no Goldman Sachs e estudou na Universidade de Chicago, revelou que o Bitcoin (BTC) mudou a visão dela em relação ao dinheiro:

Percebi que o dinheiro não precisava ser só aquele impresso por bancos centrais.Na verdade, durante 95% da história humana não foi assim.

Enquanto isso, o Banco Central do Brasil (BC) anunciou esta semana novas regras de regulamentação de criptomoedas no país, barrando anonimato de carteiras de autocustódia, equiparando stablecoins às regras de câmbio, entre outras diretrizes. O que gerou uma contraofensiva de um deputado federal, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.