Um primeiro vislumbre da visão da Meta (ex-Facebook) para o metaverso já está disponível desde ontem para usuários maiores de 18 anos dos EUA e do Canadá em versão beta.

"Horizon Worlds" é uma plataforma aberta de realidade virtual (VR) em que avatares digitais personalizados podem socializar com amigos ou desconhecidos em inúmeros universos diferentes, disputar alguns tipos de jogos e construir ambientes customizáveis. Para acessá-la e explorá-la em todo seu potencial é necessário ter um headset Quest 2.

Na realidade virtual recém apresentada pela Meta, os avatares não têm pernas e flutuam pelo espaço. Além de se movimentar livremente é possível gesticular e falar com um grau razoável de realismo.

Horizon Worlds agora está aberto às pessoas nos Estados Unidos e no Canadá. Ficamos maravilhados com os espaços que os criadores criaram e mal podemos esperar para ver o que você construirá a seguir!

— Meta (@Meta)

Uma repórter da CNN teve acesso antecipado ao "Horizon Worlds" e compartilhou suas impressões sobre o ambiente virtual da Meta em uma reportagem. Segundo Rachel Metz, a primeira impressão sobre "Horizon Worlds" é que se trata de uma versão "descolada" da plataforma pioneira na criação de realidades digitais paralelas, o "Second Life".

No tempo em que se dedicou à exploração da plataforma, Metz navegou por inúmeros mundos digitais à procura de outros "humanos digitalizados" sob a forma de avatares, mas não foi capaz de encontrá-los. Acabou parando em um mundo intitulado "Retro Zombies" onde finalmente conseguiu estabelecer alguma forma de interação: atirou em um zumbi e em seguida foi atacada por ele.

O momento mais divertido de sua jornada no "Horizon Worlds" aconteceu quando funcionários do Meta se juntaram aos jornalistas para disputar um jogo chamado "Arena Clash". Por enquanto, os jogos são a maior fonte de atração de usuários para ambientes virtuais. Encontrar outras formas de entretenimento e utilidade para o metaverso é o grande desafio dos desenvolvedores.

A Meta aposta na criação de ambientes virtuais de trabalho para transformar as reuniões de equipes que trabalham remotamente em eventos mais divertidos e dinâmicos, o "Horizon Workrooms". Além disso, a empresa pretende criar ambientes privativos de convivência para que os usuários possam formar comunidades de acesso restrito para socialização, o "Horizon Home".

A Meta evitou relacionar o novo lançamento ao termo metaverso, uma vez que a delcaração de intenções de Mark Zuckerberg de liderar o desenvolvimento desta nova dimensão da realidade não foi exatamente bem recebida por diversos setores da sociedade críticos às práticas empresarias da gigante das redes sociais.

No entanto, é evidente que "Horizon Worlds", é o primeiro passo da Meta em direção à construção de um metaverso imersivo capaz de popularizar uma tecnologia que até agora tem se mantido restrita a nichos muito específicos.

Não é a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg lança um produto destinado à socialização em VR. Em 2016 e 2017, o então Facebook criou aplicativos de encontros virtuais que permitiam que os usuários interagissem em ambientes VR. No entanto, eles nunca obtiveram grande apelo junto ao público e foram descontinuados em outubro de 2019.

A Meta não está sozinha em seu caminho rumo ao metaverso. Outras big techs também manifestaram intenções de desenvolver ambientes virtuais de socialização. Ainda no início deste ano, quando o tema ainda não estava em evidência, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, declarou que a empresa tem planos de construir o “metaverso empresarial”. Plataformas de jogos como Roblox e Fortnite também estão desenvolvendo soluções de realidade virtual com foco na experiência dos usuários.

Enquanto isso, no universo paralelo da tecnologia blockchain, a indústria de criptomoedas propõe sua própria narrativa alternativa e original sobre o metaverso, criando ambientes virtuais descentralizados, interoperáveis, de governança compartilhada, em que o valor gerado pela rede é distribuído entre todos os seus usuários, como nos jogos play-to-earn

LEIA MAIS