O retorno de Ronaldinho Gaúcho ao mercado de criptomoedas ganhou contornos concretos com uma jogada ousada do ex-craque da seleção brasileira e do Barcelona. Na segunda-feira, 1º de julho, R10 publicou uma postagem no X propondo uma parceria com a memecoin Brett.

"Estou vendo o BRETT apoiando um monte de ideias e criadores em diversos lugares, eu me pergunto o que poderíamos fazer no Brasil..."

A resposta do perfil oficial do Brett foi praticamente imediata, sugerindo que uma tabelinha entre Ronaldinho Gaúcho e o personagem inspirado na história em quadrinhos Boy's Club poderá ocorrer em breve para promover o token na comunidade cripto brasileira: 

"Ronaldinho e Brett. 2 dos maiores de todos os tempos em seus respectivos campos. Envie-nos uma DM e vamos trabalhar pelo Brasil!"

As manifestações de ambos os perfis imediatamente provocaram reações majoritariamente positivas da comunidade da Base no X. Inclusive, alguns memes associando R10 à memecoin já circulam na rede social.

Meme inspirado em uma possível parceria entre Ronaldinho Gaúcho e Brett. Fonte: X (@Mutant_Prism)

A associação do Brett a eventos e marcas esportivas tem sido uma das estratégias da comunidade da memecoin para gerar engajamento no X. Portanto, a jogada de Ronaldinho Gaúcho pode não ter sido casual. 

Alta parabólica do Brett

Criada em fevereiro deste ano, o Brett tornou-se rapidamente a maior memecoin da Base em capitalização de mercado. Listada a um preço inicial de US$ 0,0008475, a memecoin atualmente é negociada por US$ 0,165, com uma valorização acumulada de mais de 19.000%, de acordo com dados da CoinGecko.

Desempenho do Brett desde o seu lançamento em fevereiro. Fonte: CoinGecko

A memecoin é uma das poucas moedas do top 100 em capitalização de mercado que se manteve em alta no segundo trimestre deste ano, um período marcado por fortes correções, que inclusive derrubaram o Bitcoin da máxima histórica de US$ 73.750 para mínimas locais na faixa de US$ 58.400.

Memecoins concorrentes, como Bonk (BONK) e Dogwifhat (WIF), por exemplo, sofreram quedas de 36% e 51%, respectivamente, neste período. Com uma capitalização total de US$ 1,6 bilhão, atualmente o Brett é a sétima maior memecoin do mercado.

Ronaldinho Gaúcho e as criptomoedas

O apelo público ao Brett foi publicado uma semana depois que Ronaldinho Gaúcho voltou a mencionar publicamente as criptomoedas em uma postagem no X, agora excluída:

"É hora da cripto ir ao mainstream, quem está comigo?"  

Muitos comentários à postagem lembraram o histórico de Ronaldinho Gaúcho com projetos de criptomoedas que fracassaram. Até mesmo o eminente detetive de redes blockchain, ZachXBT, que já denunciou diversos golpistas e projetos fraudulentos do mercado, se manifestou, dizendo:

"Isso significa que você está falido novamente? Caso você tenha se esquecido, aqui estão todos os projetos de criptomoedas que você promoveu e despejou ao longo dos anos."

Ronaldinho Gaúcho tem um longo histórico de parcerias com projetos de criptomoedas que fracassaram e até mesmo de envolvimento com empresas acusadas de praticar esquemas de pirâmides financeiras.

No ano passado, Ronaldinho Gaúcho foi intimado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras. Na ocasião, o ex-jogador teve que responder por seu suposto envolvimento com a empresa 18k Ronaldinho, acusada de causar prejuízos milionários a seus clientes através de um esquema de pirâmide financeira.

Apesar do uso da imagem do ex-jogador para promover a empresa, Ronaldinho Gaúcho negou que fizesse parte da sociedade e alegou que seu nome foi usado sem consentimento para criar a razão social da empresa.

Em fevereiro deste ano, Ronaldinho Gaúcho foi absolvido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) no processo movido contra a 18k Ronaldinho.

Embora o juiz Gustavo Campos tenha condenado os sócios da empresa, Raphael de Oliveira e Marcelo Marcelino, a devolver os R$ 14,4 mil investidos e a pagar uma indenização de R$ 20 mil ao autor da ação, o magistrado acolheu os argumentos da defesa do ex-jogador. “Ronaldo é uma vítima, uma vez que sua imagem foi utilizada de forma ilícita", afirmou.

Em 2019, Ronaldinho Gaúcho também promoveu a LBLV, uma empresa de Forex que teve seus serviços suspensos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após acusações de que a empresa havia causado prejuízos milionários aos seus clientes.

Ronaldinho também atuou como embaixador dos projetos de criptomoedas Atari Token, Baby Doge, World Cup Inu e das coleções de NFTs (tokens não fungíveis) Lord Society e New World Inc.

O ex-jogador chegou até mesmo a ter uma criptomoeda vinculada ao seu nome, a Ronaldinho Soccer Coin (RSC), mas o projeto não chegou a avançar. Além disso, lançou diversas coleções de NFTs para relembrar os grandes momentos de sua carreira como astro do futebol mundial, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil.