Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto Assis, presos no Paraguai sob investigação de adulteração de documentos, também são investigados por participarem da suposta pirâmide com criptomoedas 18K Ronaldinho.
Um dos investidores da empresa, ouvidos pela TV Anhanguera, afiliada da TV Globo de Goiás, diz ter investido R$ 1 milhão na empresa que oferecia rendimentos muito altos com Bitcoin, e não consegue mais reaver o dinheiro.
Uma ação coletiva da Justiça de Goiás já reúne 150 pessoas desfalcadas pela empresa que leva o nome do craque que foi melhor do mundo no futebol, com audiência marcada para maio deste ano. O investidor diz que confiou na imagem de Ronaldinho para acreditar nos rendimentos de 2% ao dia e não acreditava que seria uma fraude:
"Quando a 18K Ronaldinho [nome da empresa] veio com o nome do Ronaldinho, ele sendo realmente o dono e fazendo todas as ações de marketing e garantindo que realmente podia entrar, que ele mesmo não entraria em algo, não colocaria o nome dele em algo que não tivesse credibilidade, isso passava pra nós investidores uma segurança"
Ele conta que criou 55 contas no negócio e depositou o equivalente a R$ 1 milhão, mas não consegue acessar o dinheiro desde que o sistema saiu do ar, há cerca de um mês:
"É inacreditável que você faça um investimento tão alto como foi o meu caso e de muitas pessoas dentro que uma empresa que tinha um nome, carregava o nome de alguém que era uma celebridade internacional e pudesse tomar um tombo tão grande quanto a gente tomou"
Documentos adulterados e lavagem de dinheiro no Paraguai
Enquanto isso, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Assis seguem presos em Assunção, no Paraguai, enquanto são investigados por participar de um esquema internacional que envolveria documentos adulterados e lavagem de dinheiro.
Novos documentos publicados pelo portal G1, com os autos do processo, revelam que Ronaldinho e Assis poderiam ter participado de um esquema de lavagem de dinheiro internacional, comandado pela empresária paraguaia Dália López, que está foragida.
Os dois entraram no Paraguai com documentos adulterados que teriam sido encomendados pela empresária e fornecidos a um casal de brasileiros que também está preso. As autoridades investigam se Ronaldinho e Assis usariam os documentos para abrir contas e empresas no Paraguai com intuito de lavar dinheiro.
A Justiça decidiu que ambos devem continuar presos durante as investigações, que devem levar até seis meses.
O caso também envolveria o empresário um empresário que foi investigado pela Lava Jato no Brasil, Nelson Luiz Belotti dos Santos, que teria levado Ronaldinho ao Paraguai. Ele teria atuado ao lado do doleiro Alberto Youssef no repasse de propinas a políticos do Partido Progressista (PP).
A Lava Jato, na época comandada pelo então juiz Sérgio Moro, não denunciou Belotti, apesar de seus negócios figurarem entre depoimentos e documentos de diversos acusados nas investigações. Hoje, Belotti é dono de um cassino no Paraguai.