Transações com Bitcoin podem ser o novo alvo da Lava Jato após a denúncia do doleiro Dario Messer. De acordo com a CNN, o empresário mencionou um esquema com criptomoedas amplamente utilizado para lavar dinheiro.
O Ministério Público Federal aceitou o pedido de delação Dario Messer em um acordo que prevê o pagamento de R$ 1 bilhão. Considerado o “doleiro dos doleiros”, o empresário delatou ainda um esquema que utilizou Bitcoins para cometer o crime de evasão de divisas.
Com a delação premiada, novos inquéritos devem ser abertos, incluindo o esquema com criptomoedas que foi utilizado para mandar dinheiro para fora do Brasil. Dessa forma, a Lava Jato pode mirar suas operações em transações envolvendo o Bitcoin.
Bitcoin na Lava Jato
Considerado o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer fechou acordo de delação premiada onde ocorrerá a devolução de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. O dinheiro é proveniente da lavagem de dinheiro, em um esquema descoberto em 2018.
No entanto, além de ser acusado de lavar dinheiro com dólares norte-americanos, Messer entregou um esquema envolvendo o Bitcoin e envio de remessas ao exterior. Dessa forma, depois da homologação da delação premiada, operações com criptomoedas podem ser envolvidas em novas operações da Lava Jato.
Embora não tenha utilizado o esquema para lavar dinheiro com Bitcoin, o empresário entregou como o negócio funcionava. Segundo a investigação, jovens brasileiros que atuam fora do país possuem envolvimento com a lavagem de dinheiro com criptomoedas.
De acordo com Messer, políticos e empresários que atuam no Rio de Janeiro fazem parte do negócio com Bitcoins.
R$ 1 bilhão e 3 anos de prisão para o “doleiro dos doleiros”
Dario Messer apresentou uma proposta de delação premiada que foi aceita pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. O empresário foi alvo da operação “Câmbio, Desligo” em 2018 e entregou um esquema envolvendo a lavagem de dinheiro através de Bitcoin.
O doleiro terá que entregar às autoridades cerca de R$ 1 bilhão divididos entre dinheiro e patrimônios como imóveis na Zona Sul do Rio de Janeiro - RJ. A proposta prevê ainda a entrega de um apartamento localizado em Nova York, além de obras de arte que pertencem ao empresário investigado.
Uma conta com US$ 17 milhões no Bahamas também deverá ser entregue por Messer às autoridades brasileiras.
Por outro lado, ainda existem bens no Paraguai, como terrenos e fazendas, que ainda devem ser entregues ao MPF. Porém, o Brasil participará de um acordo com o país vizinho para estabelecer a partilha dos bens do empresário que apresentou a delação premiada.
A proposta de delação premiada de Dario Messer mostra que a maioria dos bens do doleiro serão entregues para a Justiça. No total, sobrará cerca de R$ 50 milhões para o empresário, além de um apartamento localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro - RJ, avaliado em R$ 1 milhão.
Alvo da operação “Câmbio, Desligo”, o investigado que denunciou um golpe com Bitcoin fez parte de um esquema envolvendo o envio de remessas ao exterior. As investigações da operação da Lava Jato mencionam que a lavagem de dinheiro acontecia entre operações de câmbio para 52 países diferentes.
Assim, Messer deverá ainda cumprir a pena proposta para o caso de lavagem de dinheiro envolvendo o dólar. O empresário deverá ficar detido, em regime fechado por três anos, sendo que a pena total dele corresponde a 18 anos.
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