O Governo do Pará declarou que usará cerca de R$ 92 milhões recebidos da Operação Lava Jato em ações de fomento, fiscalização e regularização do setor pecuário no Estado, principalmente, em busca de evitar que a atividade cause desmatamento em florestas e, pretende usar blockchain como uma das soluções, conforme noticiou o Jornal Valor Econômico, em 16 de março.

Segundo a reportagem, em 2019, o aumento do desmatamento para a criação de animais para abate intensificou a pressão nas grandes indústrias do setor, como JBS, Marfrig e Minerva, que compram ao menos 38% do gado no bioma amazônico e enfrentam problemas para garantir que o gado seja de fontes 'legais' e não de produtores que fazem produção predadora.

“Trazer o pessoal para a legalidade e incentivar a eficiência são nossas metas”, disse Mauro O'de Almeida, secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado.

Em busca de amenizar o problema e trazer um 'selo' de procedência ao setor, o Governo do Estado, undo com a empresa britânica Partnerships for Forests (P4F), o a The Nature Conservancy Brasil (TNC), a ONG Amigos da Terra e a startup mineira Safe Trace, lançaram uma plataforma baseada em blockchain para realizar garantir a procedência das carnes no Estado.

Segundo a publicação a ideia é usar blockchain para criar um sistema que cruze dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Guia de Trânsito Animal (GTA) de pecuaristas dispostos a fornecer suas informações voluntariamente, em troca de assistência para resolver os seus passivo garantindo que os dados de cada elo da cadeia serão preservados, seja o frigorífico parceiro, produtor ou governo.

Ainda de acordo com a publicação a meta é chegar, até maio, com 1,4 mil cadastrados na plataforma que seriam responsáveis por movimentar 1 milhão de cabeças de gado por ano no Brasil.;

“Provado o piloto em São Félix do Xingu e sudeste do Pará, espera-se que o modelo seja replicável para todo o Estado e outras regiões”, afirmou Luiz de Almeida, da P4F.

A Safe Trace vem ganhando notoriedade no setor agropecuário no Brasil e recentemente, por meio de uma parceria entre a gigante mundial química, Bayer, OCP Fertilizantes, Ourofino Saúde Animal e o banco Sicredi, desenvolveu a aplicação Perfect Trace  (em parceria com a startup paulista Perfect Flight).

O objetivo da aplicação é garantir que os agrotóxicos estão sendo aplicados dentro do raio permitido, na dose recomendada e em propriedades que respeitam, além das normas de aplicação, a legislação ambiental e trabalhista e, para isso, usa blockchain em drones que fazem o mapeamento das plantações.