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Paulo JoséPaulo José

Itaú não aceita exchanges, mas tenta bloquear R$ 861 mil em Bitcoin de clientes com dívida no banco

Apesar de encerrar conta de exchanges, instituição busca apreender criptomoedas para quitar débito de usuários

Itaú não aceita exchanges, mas tenta bloquear R$ 861 mil em Bitcoin de clientes com dívida no banco
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O Itaú pede o arresto de Bitcoin e outras criptomoedas em nome de clientes que possuem dívida com o banco desde 2017. De acordo com o processo apresentado no Tribunal de Justiça de São Paulo, a instituição solicita o bloqueio de mais de R$ 861.000.

As criptomoedas foram apresentadas como alternativa pelo Itaú Unibanco que tenta receber a dívida há três anos. No entanto, a Justiça declarou que não existe nenhum saldo em Bitcoin em nome dos réus citados na ação.

O processo em que o Itaú Unibanco pede o arresto de criptomoedas apresenta uma empresa de importação entre os réus. De acordo com a decisão e contrariando o desejo do banco brasileiro, a Justiça não encontrou nenhum saldo em Bitcoin em nome do endividados após realizar consulta.

Não existe Bitcoin para o Itaú

O processo movido pelo Itaú Unibanco tenta colocar fim a uma dívida que se estende na Justiça desde maio de 2017. Antes de procurar Bitcoin, a decisão sobre o caso pedia que a empresa ré na ação e os dois empresários fossem responsabilizados pelo valor devido ao banco.

A primeira decisão sobre a dívida foi publicada em 23 de maio de 2017 e tinha um prazo de apenas três dias para o pagamento ser realizado pelos réus. O texto inicial fala sobre penhora de bens, mas não menciona saldo em criptomoedas.

“Cite-se, para, no prazo de 03 (três) dias, pagar(em) a dívida atualizada até a data do efetivo pagamento. Não efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá, de imediato, à penhora e avaliação de tantos bens quantos bastem para a satisfação da dívida.”

Naquela época, foi apresentado aos réus a oportunidade de dividir o valor devido em seis prestações, com uma entrada de 30%. No entanto, nenhum pagamento foi realizado para o banco Itaú nos últimos três anos.

Como solução para a dívida, o Itaú Unibanco propôs o arresto de criptomoedas em nome dos réus apontados no processo três anos depois. Porém, a Justiça não encontrou nenhum saldo e publicou uma decisão sobre a tentativa de bloqueio. O banco buscava encontrar alguma forma de receber R$ 861.000 dos réus.

“Todas as pesquisas de bens foram feitas e indício algum existe de que as executadas sejam detentoras de criptomoedas a justificar a pesquisa solicitada.”

Banco já encerrou conta de exchanges por desinteresse

A decisão do Itaú Unibanco de solicitar o bloqueio de criptomoedas na Justiça é diferente do posicionamento do banco em outros processos relacionados a exchanges que atuam no mercado brasileiro.

Conforme noticiou o Cointelegraph, o Itaú Unibanco declarou que as exchanges podem funcionar sem utilizar a instituição. Em um processo movimentado no CADE contra o banco, o Itaú declarou até que criptomoedas são utilizadas para a lavagem de dinheiro e para o cometimento de crimes financeiros.

“As contas não são necessárias para o funcionamento das corretoras de criptomoedas, pois várias delas operam utilizando outros sistemas. Moedas virtuais são potencialmente vulneráveis à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.”

Enquanto tenta bloquear criptomoedas para quitar uma dívida de mais de R$ 861.000, o Itaú Unibanco já foi processado por exchanges após encerrar contas bancárias que pertenciam a essas empresas. O banco alegou desinteresse comercial ao romper a relação com algumas exchanges no país.

Esse é o caso da Braziliex, que teve uma conta encerrada pelo Itaú Unibanco em 2017. A corretora de criptomoedas processou a instituição bancária, mas o Itaú Unibanco ganhou o direito na Justiça de manter a conta encerrada da exchange.

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