O Itaú anunciou nesta terça, 03, que deve liberar em 2025 a transferência de Bitcoin e Ethereum de carteiras externas. A função já está sendo testada com clientes selecionados do Banco.
"Sobre a possibilidade de transferir criptoativos de uma carteira externa para o Itaú, esse é um dos principais projetos que estamos desenvolvendo. Estamos em fase de testes do que chamamos de Wallet-in, e alguns clientes já estão participando dessa fase.
A previsão é que, em 2025, liberemos essa funcionalidade para toda a base de clientes, conforme formos aprendendo com os testes. Então, neste momento, a funcionalidade está disponível apenas para um grupo seleto de clientes, e a liberação para a base geral ocorrerá a partir de 2025", disse Guto Antunes, Head de Itaú Digital Assets.
Além disso, Antunes destacou que o banco deve liberar a negociação de outras criptomoedas no ano que vem.
"Temos planos de expandir essa oferta ao longo de 2025 e 2026. A inclusão de novos tokens estará alinhada com as revoluções regulatórias no Brasil, que estão em um estágio bem avançado.
Já estamos realizando entrevistas e entendendo melhor o que nossos clientes esperam, embora ainda não tenhamos definido quais serão os próximos tokens a serem incluídos. O foco está em oferecer novidades que atendam às necessidades de nossos clientes, respeitando o desenvolvimento regulatório e as tendências do mercado", afirmou.
O Itaú também anunciou que vai liberar a negociação de Bitcoin e Ethereum, diretamente no superapp do banco. A nova funcionalidade estará disponível no menu de investimentos do aplicativo. O investimento mínimo será de R$ 10,00 sem taxas mensais ou cobranças adicionais na venda.
Segundo revelou o banco, a decisão de incluir a negociação de criptoativos no superapp faz parte da estratégia da instituição em expandir sua prateleira de produtos financeiros.
"O objetivo é atender de forma democrática e inovadora a milhões de clientes, com um foco na hiperpersonalização e em uma experiência bancária única para cada usuário. A instituição irá priorizar, neste primeiro momento, a oferta de ativos digitais consolidados, amplamente negociados nas principais bolsas globais", disse o banco.
Os clientes poderão realizar transações com taxa de 2,5% no momento da compra dos criptoativos. Além disso, não haverá taxas mensais ou futuras na venda.
Guto Antunes, Head de Itaú Digital Assets, destacou que essa expansão está alinhada com a estratégia de “Feito de Futuro”, proporcionando soluções seguras para a economia tokenizada e contribuindo para a educação financeira no mercado digital.
O lançamento da negociação de criptoativos na plataforma íon do Itaú teve um impacto significativo: o volume de compra mensal de cripto cresceu cerca de 300% (volume médio mensal de negociação), enquanto o número de novos clientes aumentou em mais de 30% apenas no último mês.
"Ao longo desse período, tivemos um aumento de 300% na demanda da plataforma, e, especificamente durante o último bull run, observamos um crescimento de 30% no número de clientes, o que demonstra o crescente interesse dos clientes do Itaú, bem como de novos usuários que estavam entrando nesse mercado. Eles estão começando com as duas principais criptomoedas: Bitcoin e Ethereum, que são as mais valorizadas no mercado", revelou Guto Antunes.
Dentro da jornada do Itaú no mercado cripto, o banco também vem realizando parcerias para oferecer investimentos em tokens RWA. No entanto, segundo Antunes o objetivo é evoluir e aprender ao longo do processo, para que o banco levar esses aprendizados à CVM e identificar a melhor forma de disponibilizar os tokens RWA.
"E quem vai definir a melhor forma de disponibilizar isso para os clientes somos nós, com base no feedback deles. Se, após a regulamentação, os clientes expressarem a preferência por comprar tokens RWA diretamente no SuperApp, vamos colocar essa funcionalidade conforme a demanda. Caso contrário, se preferirem uma plataforma separada ou outra experiência, temos outras soluções disponíveis, como o IAM e a corretora do banco", disse.
Itaú e criptomoedas
Em parceria com a Mosaiclab, a Itaú Digital Assets, área de negócio responsável por ativos digitais no Itaú Unibanco, realizou uma pesquisa sobre os hábitos e atitudes dos brasileiros em relação aos investimentos e criptoativos.
O levantamento, segundo o banco, contou com a participação de 1.342 pessoas, trouxe informações sobre as motivações, barreiras e necessidades que influenciam o comportamento dos investidores com um recorte específico sobre a entrada no universo de criptoativos.
Segundo o banco, os resultados enfatizam a importância dos três principais pilares de atuação da Digital Assets, do Itaú — segurança, educação e jornada positiva de experiência do cliente — na construção de um ambiente de investimentos em cripto mais seguro e acessível.
A pesquisa apontou que entre os investidores o desejo por segurança é central na escolha de uma instituição para transações cripto. A confiança na instituição financeira aparece como um dos principais motivadores para a escolha de criptoativos, especialmente entre os investidores de mais idade, que valorizam a segurança e preferem bancos tradicionais que associam à solidez e confiabilidade.
Ainda assim, o receio de perdas financeiras - 36% dos participantes da pesquisa -, e a falta de conhecimento sobre o tema, que contempla 34% dos entrevistados, permanecem como barreiras significativas para muitos investidores.
Entre aqueles que já operam com criptoativos, o medo de golpes é menor, mas a segurança das transações continua sendo uma prioridade, com destaque para funcionalidades como visualização em real e dólar, histórico de operações e integração com outros serviços financeiros.
Por fim, dentre os engajados nesse segmento de ativos, os que possuem criptomoedas apontam como maior preocupação a volatilidade nesse tipo de mercado, agregando 32% dos investidores.