O Itaú lançou um assistente de investimentos alimentado por inteligência artificial generativa na quinta-feira, 5 de junho, mas o Bitcoin (BTC) e as criptomoedas não estão entre os ativos a serem sugeridos aos clientes do banco – pelo menos em um primeiro momento.

Intitulado “Inteligência de Investimentos Itaú”, o chatbot tem foco conversacional e permitirá que os clientes do banco que não possuem assessoria financeira especializada sejam orientados sobre as melhores opções de investimento de acordo com seu perfil, além de tirar dúvidas sobre temas como tributação, riscos associados e previsibilidade de rendimentos.

“Estamos disponibilizando uma inteligência artificial generativa para os clientes ancorada no arcabouço técnico e de produto desenvolvido nos últimos anos", afirmou Renato Cunha, diretor de Produtos e Soluções para Investidores do Itaú, à Folha de São Paulo. “Isso abre o caminho para escalarmos a assessoria de investimentos sem custo adicional para o cliente com disponibilidade 24 horas.”

IA oferece experiência personalizada

Inicialmente, a ferramenta foi disponibilizada em caráter experimental para cerca de 10 mil clientes dos segmentos Uniclass e Personnalité, de média e alta renda. A expansão do serviço será gradual e dependerá da avaliação dos usuários, mas o banco projeta que, até o final do ano, a ferramenta esteja disponível para 500 mil clientes.

Segundo o Itaú, os usuários da ferramenta poderão, por exemplo, pedir dicas de investimento para potencializar a rentabilidade de seus portfólios. As respostas serão formuladas a partir de um banco de dados atualizado mensalmente, sob supervisão humana.

Com base no histórico de cada cliente, a IA identifica os produtos mais adequados, informa o grau de risco, propõe estratégias de diversificação, recomenda o prazo de permanência em cada investimento e projeta a rentabilidade prevista.

Bitcoin, criptomoedas e ações ficam de fora

No estágio inicial, as opções de investimento oferecidas aos usuários serão limitadas a 50 produtos – majoritariamente fundos de investimento e instrumentos de renda fixa. No caso destes últimos, será possível efetivar o investimento diretamente por meio do chatbot.

Produtos de renda variável, ETFs (fundos de índice negociados em bolsa), ações e criptomoedas não serão considerados nas sugestões de alocação. Portanto, não estarão disponíveis para montagem de portfólio via “Inteligência de Investimentos Itaú.”

O chatbot não tem acesso a bancos de dados externos e não tem capacidade de responder a perguntas que demandam acesso a informações em tempo real.

Clientes que pedirem sugestões de investimentos em ações específicas ou criptomoedas, ou mesmo informações sobre os resultados de uma determinada empresa listada na bolsa, receberão uma resposta informando que o chatbot foi instruído a não emitir opiniões sobre tais mercados.

“Estamos lançando a ferramenta no mercado porque temos segurança de que o cliente não será exposto a nada que não queremos, tanto em termos de tratamento quanto que esteja em desacordo com as normas regulatórias brasileiras", disse Cunha.

O chatbot também foi programado para não oferecer orientações sobre potenciais mecanismos de evasão fiscal. Por exemplo: como evitar eventuais impactos do aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em portfólios de investimentos.

Adoção de IA gera ganhos de produtividade

Atualmente, o Itaú utiliza mais de 1,3 mil modelos de inteligência artificial (IA) em suas operações. Os casos de uso vão desde processos internos e atendimento ao cliente até a prevenção de fraudes e a modelagem de produtos.

O lançamento da “Inteligência de Investimentos Itaú” é mais uma iniciativa do banco para transformar seus canais digitais em um super app alimentado por IA, com experiências hiperpersonalizadas para seus clientes.

Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, acredita que a adoção de IA resulta em ganhos de produtividade evidentes, especialmente no que diz respeito aos serviços oferecidos nos canais digitais do banco e à experiência do usuário.