Em meio às incertezas da política e da economia, agravadas pela pandemia de coronavírus, a alta do dólar tem sido uma constante, trazendo muitas dúvidas aos investidores.

Portanto, a opção menos turbulenta é investir em rentabilidade, mas sem atrelar essa escolha ao câmbio.

Essa é uma das recomendações do advogado e economista Alessandro Azzoni, com atuação nas áreas Cível, Trabalhista e Tributária.

Fuja do dólar

Segundo ele, no momento não é recomendável aplicar em fundos com variável cambial porque esse tipo de investimento depende muito de fatores macroeconômicos difíceis de serem medidos ou previstos.

"O mercado externo, a crise EUA x China, assim como ações do governo e do Congresso Brasileiro influenciam na valorização ou desvalorização do real", destaca ele.

Os fundos que trabalham com moeda estrangeira, como ações do mercado americano, títulos de empresas brasileiras cotados em dólar e aplicações em fundos cambiais refletem uma variação cambial e trazem dois tipos de ganhos: o de câmbio e o da aplicação em si.

"Mas o contrário também acontece: como estes fundos seguem a rentabilidade do real versus dólar, se houver uma perda na moeda, perde-se em capital investido", explica.

Por esses motivos, não é um mercado para aventureiros, uma vez que exige acompanhamento contínuo.

"No momento, deve-se evitar os fundos e investimentos em dólar também porque, diferente dos demais mercados que atuam com oferta e demanda sem ação direta do governo, no mercado cambial o Banco Central intervém quando há um fluxo de desvalorização muito grande na posição das reservas internacionais no intuito de equilibrá-las", explica.

Bitcoin é alternativa

Porém, para o analista Alessandro Dias, criador do canal “Cadê meu Bitcoin?”, o BTC é uma alternativa alternativa a este momento de incertezas cambiais.

"Importante lembrar que não há garantia nenhuma de lucro quando se trabalha com mercado de renda variável. Porém o Bitcoin é uma alternativa neste momento de incerteza, seja para investidores mais conservadores como aqueles mais dispostos ao risco. Mas é preciso estar atento ao mercado para identificar oportunidades", aponta.

Dias, ressalta que foi exatamente isso que motivou a criação do canal, auxiliar pessoas interessadas em investir em Bitcoin e ajudá-las com dicas sobre o mercado.

"Fiz esse canal para que vocês não passem pela mesma dificuldade que eu passei ao iniciar no mercado de criptomoedas. Penei muito até começar a ter lucro. Tive que rever meus conceitos. As técnicas apresentadas nos vídeos e nos grupos são as consideradas como boas praticas de análise técnica de mercado pelos principais autores do ramo", destaca.

Ainda segundo Dias, o projeto é educacional e ja conta com cursos de análise técnica básico e intermediário, sendo que um terceiro módulo, sobre análise avançado está sendo desenvolvido.

Taxa Selic

Porém tanto para o mercado tradicional como para o de criptoativos no Brasil um fator importante a se considerado é a taxa Selic.

Assim para o economista Azzoni é preciso observar atentamente as tendências desse índice, segundo ele, porque a partir do momento em que ela chega no patamar de 2,25%, um tanto semelhante à taxa americana que estava entre 1,5% e 1,75% há um ano, os investidores podem se afastar.

"Eles avaliam o risco em um país como o Brasil, que está em desenvolvimento, tem política reformista e embates entre Congresso e Poder Executivo. Preferem ir para uma economia mais segura, porque lá não há o risco cambial nem o Risco Brasil", ressalta.

Desta forma, uma possível "fuga" de investidores do Brasil pode fazer o dólar subir ainda mais no país e, com isso, impactar o preço do Bitcoin aqui.

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