É a segunda fase da Operação Kryptus
A Polícia Federal deu início na manhã desta quirta-feira (9), segundo a Agência Brasil, à segunda fase da Operação Kryptus, que conta com o apoio da Receita Federal e que investiga a prática ilegal de pirâmide financeira.
Policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão contra acusados de praticar fraudes por meio de operações com criptomoedas, no Rio de Janeiro.
Segundo a Receita Federal, a empresa localizada na Região dos Lagos fluminense atua como se fosse um fundo de investimento, em que o investidor adquire uma quantia determinada de cotas e recebe rendimentos fixos.
A agência afirma que “como em um mercado volátil como o das criptomoedas (que incluem os bitcoins), não é sustentável prometer uma rentabilidade fixa aos investidores, a empresa recorreria a uma pirâmide financeira.”
A pirâmide é um esquema ilegal em que o lucro é gerado pelo aporte de novos clientes e não pela natureza lucrativa das operações. E, para evitar o colapso do sistema, é preciso continuar expandindo a rede de clientes.
O esquema gera enriquecimento dos mentores da pirâmide que, segundo a Receita, não declaram seus lucros ao fisco.
Como o Cointelegraph noticiou, a PF apreendeu no mês de agosto R$ 150 milhões em Bitcoin na maior apreensão de criptoativos da história do Brasil. A operação apreendeu também R$ 19 milhões em espécie, 21 veículos de luxo, relógios e joias.
A ação fez parte da primeira fase da Operação Kryptos, com objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.
Segundo a investigação, uma empresa, com sede na Região dos Lagos/RJ, é responsável pela operacionalização de um sistema de pirâmides financeiras ou “esquemas ponzi”, que oferece contrato de investimento, sem prévio registro junto aos órgãos regulatórios, vinculado à especulação no mercado de criptoativos
A PF diz que a empresa oferecia “previsão de insustentável retorno financeiro sobre o valor investido”.
Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, segundo a PF, que afirma ser certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses.
O Cointelegraph publicou que a região dos Lagos tem sido usada com frequência para golpes com criptomoedas, principalmente em Cabo Frio.
A possível pirâmide financeira em uma empresa em Cabo Frio foi destaque em toda a imprensa recentemente.
Entre as empresas de Bitcoin da região investigadas pela polícia está a X6, de Ricardo Oliveira, conhecido como Rick, que prometia aos investidores rendimento de 15% ao mês.
Rick foi preso em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, por porte ilegal de arma.
Segundo a polícia, Rick garantia aplicar o dinheiro dos investidores na Bolsa de Valores e em bitcoins.
Mas não fazia os investimentos prometidos. Na mesma região, outras dez empresas estão sendo investigadas.
O Cointelegraph mostrou essa história e publicou que depois do assassinato de um trader, a Polícia de Cabo Frio (RJ) iria investigar empresas de criptomoedas na região.
A escalada de violência envolvendo empresas de criptomoedas na Região dos Lagos chamou a atenção do Ministério Público e da Polícia Civil.
O Cointelegraph publicou também que a GAS consultoria, investigada por supostos crimes com criptomedas, recebeu quase R$ 2 milhões de um ex-superintendente do Ministério da Saúde no RJ
O ex-superintendente Jonas Roza, fez 143 depósitos que somam R$ 1,9 milhão para a GAS Consultoria Bitcoin, que tem sede na Região dos Lagos.
Uma das empresas da Região dos Lagos, a GAS Consultoria, Cabo Frio (RJ), alvo de investigação por pirâmide com Bitcoin, rebateu as acusações.
Em resposta à investigação em curso conduzida pelo Ministério Público e pela CVM, a GAS Consultoria Bitcoin divulgou uma nota negando a responsabilidade por pirâmides financeiras ou fraudes envolvendo criptomoedas.
LEIA TAMBÉM