Resumo da notícia:
A fintech americana LiberPay escolheu o Brasil para o lançamento global de sua plataforma de pagamentos descentralizada.
O sistema funciona como uma espécie de Pix 3.0, com transações realizadas por meio de QRCodes ou links.
A LiberPay cobra taxa de apenas 0,3% ou US$ 0,50 por transação e permite que consumidores e comerciantes mantenham controle total sobre seus ativos através de carteiras autocustodiais, sem intermediários.
A fintech americana LiberPay escolheu o Brasil para o lançamento global de sua plataforma de pagamentos descentralizada, que facilita o uso de criptomoedas em compras do dia a dia.
A tecnologia proprietária da LiberPay oferece uma solução de pagamentos instantâneos com stablecoins via QRCode ou link em um modelo muito similar ao do Pix, conectando consumidores e comerciantes por meio de carteiras autocustodiais e gateways privados.
Com uma infraestrutura baseada em contratos inteligentes implementados na blockchain Polygon (POL), esse gateway descentralizado funciona como um caixa digital do vendedor.
Os comerciantes têm acesso imediato aos pagamentos e podem transferi-los a qualquer momento para suas carteiras descentralizadas, ao contrário de outras soluções que mantêm os ativos sob custódia de intermediários, destaca Tobias Kleitman, cofundador da LiberPay:
“Com a LiberPay, os comerciantes recebem stablecoins lastreadas em dólar com a conveniência do Pix, mas com a vantagem de manter a custódia e o controle sobre seus ativos. Esse modelo reflete uma divisão no mercado: de um lado, soluções convencionais que replicam sistemas centralizados; de outro, a plataforma da LiberPay, que preserva os princípios originais das criptomoedas – descentralização e controle direto do usuário.”
Já os consumidores podem utilizar a plataforma por meio de carteiras autocustodiais compatíveis com a Ethereum Virtual Machine (EVM), como MetaMask, Base, Trust Wallet, entre outras. A LiberPay não tem acesso nem controle sobre as transações.
A taxa por transação é de 0,3% ou US$ 0,50 (cerca de R$ 2,66), sempre prevalecendo o menor valor. A plataforma da LiberPay também oferece uma opção para pagamentos Peer to Peer (P2P) com stablecoins sem custo adicional, exceto a taxa da rede (gas), e aceita cartões de crédito.
“Durante o desenvolvimento da tecnologia, recebemos feedback de que era necessário incluir também a opção de pagamento com cartão de crédito, para que os comerciantes oferecessem essa alternativa junto com stablecoins, atendendo a todos os tipos de clientes”, disse Kleitman.
Para isso, a solução da LiberPay integra a tecnologia blockchain com a infraestrutura da Stripe – o segundo maior processador de pagamentos digitais do mundo, que atua no Brasil e em outros 46 países e movimenta mais de US$ 1 trilhão por ano.
Adoção e regulação foram determinantes para lançamento global no Brasil
Em um primeiro momento, a solução será disponibilizada em São Paulo e no Rio de Janeiro, com foco em pequenos e médios comerciantes e usuários familiarizados com soluções autocustodiais.
O Brasil foi escolhido para o lançamento global da LiberPay devido à ampla adoção de tecnologias financeiras, incluindo o Pix e criptomoedas. Segundo relatório recente da Chainalysis, o país está em 5º lugar no ranking global de usuários de criptomoedas.
Além disso, pesquisas realizadas pela empresa identificaram uma demanda reprimida por soluções de pagamento com stablecoins, afirmou Kleitman:
“Os brasileiros estão claramente adotando tecnologias de pagamento digital como o Pix em larga escala, e nossa pesquisa mostrou que eles querem transacionar facilmente em stablecoins atreladas ao dólar, mas carecem de ferramentas fáceis de integrar e usar. Também temos outros interesses comerciais no Brasil e adoramos as pessoas e a cultura de inovação do país. Isso nos pareceu muito atrativo para apresentar ao mundo a tecnologia da LiberPay.”
Kleitman também acredita que as altas taxas incidentes sobre os pagamentos por bens e serviços praticadas no Brasil oferecem uma vantagem competitiva para a LiberPay. A maturidade regulatória também foi um fator determinante para a escolha do país como base para o lançamento da plataforma.
Recentemente, diferentes soluções de pagamento com stablecoins foram lançadas no Brasil: Binance, Okx e a carteira autocustodial PicNic lançaram cartões que permitem o uso de criptomoedas para compras cotidianas.