A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou nesta quarta-feira (3) a Operação EBDOX. O nome remete ao alvo da ação, uma falsa exchange de criptomoedas que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em falsos investimentos no Brasil, sob o comando de cidadãos chineses.
Segundo a polícia, a ação conjunta teve como objetivo desarticular uma organização criminosa dedicada à prática de estelionatos na modalidade do golpe do falso investimento e contou com a participação da 17ªDP e Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), ligada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR), com apoio operacional da PC-RR, PC-BA, PC-MT e PC-SP.
Gostaria de alertar a todos sobre o site EBDOX, que aparenta ser uma plataforma de fachada. Coloquei R$ 130.000,00 na plataforma acreditando ser um investimento seguro, mas não é possível retirar o dinheiro. Fiquei desesperado ao perceber que se tratava de um [Editado pelo Reclame Aqui] e que o dinheiro estava perdido, diz uma das 433 queixas contra a EBDOX no Reclame Aqui, no momento desta edição.
As investigações tiveram início no mês de abril de 2024, quando diversas vítimas do Distrito Federal entraram em grupos de WhatsApp liderados por um suposto doutor em economia na Universidade de São Paulo (USP), o qual dava dicas de investimentos para os integrantes. Após adquirir a confiança dessas vítimas o suposto doutor indicou uma plataforma de investimentos intitulada EBDOX, onde eram feitas aplicações com altos retornos dentro da plataforma.
Quando as vítimas passaram a solicitar os saques na plataforma, foram informadas de um suposto bloqueio dos valores por parte de uma força tarefa da Polícia Federal e que seria necessária uma caução de 5% para liberação dos saques. Após esse novo pagamento da caução, os valores não foram liberados e em seguida a plataforma saiu do ar, deixando as vítimas no prejuízo. Somente uma vítima residente em Taguatinga (DF) teve um prejuízo superior a R$ 220 mil. Já em um sítio eletrônica de reclamações, há mais de 400 queixas de vítimas da falsa plataforma de investimentos.
Após o início das investigações, foi constatado que o grupo era liderado por indivíduos de nacionalidade chinesa residentes na região central de São Paulo (SP), os quais cooptaram brasileiros para organizar os grupos de WhatsApp onde as vítimas eram enganadas. Havia uma estrutura rígida de monitoramento dessas pessoas que tinham catálogos para prestarem informações em chinês para os líderes do grupo e eram remuneradas com criptomoedas.
Somente uma das empresas destinatárias do proveito do crime movimentou mais de R$ 1 bilhão (um bilhão de reais) durante o ano passado. Foi descoberto que os valores provenientes dos crimes eram lavados através da compra de criptomoedas, de créditos de carbono e ainda com a exportação de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela, segundo as investigações.
De acordo com a PCDF, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária nas cidades de São Paulo, Guarujá (SP), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Dourados (MT) e Entrerios (BA), além de medidas de sequestro de valores. Após a conclusão das investigações, os autores irão responder pelos crimes de estelionato (fraude eletrônica), organização criminosa e lavagem de capitais.
Na Índia, 14 pessoas foram condenadas à prisão perpétua em um caso envolvendo sequestro e extorsão de criptomoedas de um empresário em 2018, conforme noticiou o Cointelegraph.