O mercado de criptomoedas, ao que parece, dá sinais de que não ficará alheio à Copa do Mundo que se aproxima. Depois de aproximadamente um mês na ofensiva, período em que o mercado reconquistou o suporte de US$ 1 trilhão, montante considerado um importante nível psicológico para os investidores, a capitalização de mercado voltou a recuar, cerca de 2%, e acumulava um volume de pouco mais de US$ 1,12 trilhão, de acordo com o que exibia o monitoramento do CoinMarketCap na manhã desta quinta-feira (18).
Como um atacante esgotado ao final de uma partida, o Bitcoin (BTC), que acumulava uma alta de 6,5% ao longo dos últimos 30 dias, parece ter sido escalado para o “banco de reservas”, já que a principal criptomoeda do mercado era negociada pouco acima de US$ 23,4 mil e em queda diária de 1,2%, além de uma retração semanal de 4,1%. Por outro lado, o BTC voltou a ganhar dominância de mercado ao chegar aos 40,1% de participação no volume total, percentual 0,2% superior ao registrado no dia anterior.
O Ethereum (ETH) continuava em ampla “vantagem no placar” dos últimos 30 dias, período em que o ganho acumulado era de 20%, segundo os dados apresentados. Mas o token da rede blockchain líder dos contratos inteligentes, a aproximadamente um mês do lançamento do The Merge (fusão), era precificado em US$ 1.849 com baixa diária de 1,5% e de quase 2% no acumulado mensal. Em relação à dominância de mercado, o Ether apresentava recuo de 0,1% em relação ao dia anterior e chegava aos 20,1% em participação.
O que no futebol é chamado de retranca, uma forte postura defensiva, também se refletia na maioria das altcoins, uma vez que elas operavam em queda. Entre os dez maiores projetos por capitalização de mercado, com exceção do ETH e das stablecoins, o movimento negativo variava entre 1,5% e 6%.
Por outro lado, o monitoramento mostrava a manutenção de uma aparente tendência, que coincide com a aproximação da Copa do Mundo do Catar, no caso a valorização de tokens relacionados ao futebol. Um exemplo é o fan token do Santos Futebol Clube (SANTOS), que era trocado de mãos por US$ 14,53 com alta diária de 144% e 205% no acumulado semanal, além de um crescimento mensal de 267%. O projeto do time brasileiro ocupava a 340ª colocação no ranking com US$ 66,3 milhões de volume de mercado, em alta de 145%, e US$ 254,5 milhões em transações diárias, em alta de 564%.
Gráfico de sete dias do par SANTOS/USD. Fonte: CoinMarketCap
O monitoramento também apontava para a continuidade de crescimento de outros projetos, considerados menos badalados. O ABBC Coin (ABBC), por exemplo, mantinha o movimento ascendente dos últimos dias com valorização diária de 25% do ABBC. Em relação ao acumulado semanal, a alta do token era de 432%, percentual que indica um movimento de recuperação dentro dos últimos 30 dias, período em que o crescimento foi de 345%. O projeto se localizava no 126º lugar do ranking com capitalização de mercado de 271,6 milhões, em alta de 25%, e volume diário de transações de 33,9 milhões, em alta de 28%. O ABBC é uma plataforma blockchain que possibilita pagamentos e que inclui três produtos principais: uma carteira digital multiplataforma que suporta diversas altcoins nativas e tokens ERC-20, além do BTC e do Ether; um aplicativo de compras online acessível a diversos varejistas que aceitam criptomoedas; uma plataforma de negociação. Originalmente nomeada de Alibabacoin Foundation, a startup cripto sediada em Dubai concordou em mudar de nome em 2019 após uma ação legal movida pela gigante de e-commerce chinesa Alibaba Group, ocasião em que passou a se chamar ABBC Foundation.
Gráfico de sete dias do par ABBC/USD. Fonte: CoinMarketCap
O GXC, token da rede blockchain de protocolo Delegated Proof of Stake (DpoS) GXChain, que é voltada para a segurança de dados na internet com a disponibilização de ferramentas para o desenvolvimento de aplicativos, apresentava um ganho de 30,6% em 24 horas e o preço do token esbarra em US$ 0,89, pelo que apresentava o monitoramento. Já o ganho acumulado era de 78% ao longo dos últimos sete dias e de 72% nos últimos 30 dias. O projeto estava na 339ª posição do ranking e apresentava capitalização de mercado de US$ 66,7 milhões, montante que expressava alta diária de 29,7%, período em que o volume de negociações aumentou 1.163% e chegou aos US$ 286,6 mil.
Gráfico de sete dias do par GXC/USD. Fonte: CoinMarketCap
O modesto Newscrypto (NWC) operava em alta diária de 27% e era trocado de mãos pouco acima de US$ 0,16. No acumulado semanal, o token registrava expansão de 149% e de 153% ao longo dos últimos 30 dias. O projeto se encontrava na 589ª colocação do ranking com valor de mercado de US$ 24 milhões, em alta de 25,71%, e volume diário de transações de US$ 4,7 milhões, em baixa de 13%, segundo o monitoramento. O Newscrypto se apresenta como “uma plataforma educacional, social e informativa fácil de utilizar, feita para dar aos traders iniciantes e experientes tudo o que precisam para aprender sobre criptomoedas e melhorar suas habilidades no mercado”, sendo que o NWC, token nativo do ecossistema, “é usado para desbloquear o acesso à plataforma online, focada em educação interativa sobre tecnologia blockchain e negociação de criptomoedas, bem como para recursos adicionais no aplicativo móvel NewsCrypto, que também inclui entretenimento (ou seja, jogos de criptomoedas) e uma comunidade seção além de recursos educacionais e software de rastreamento de mercado.”
Gráfico de sete dias do par NWC/USD. Fonte: CoinMarketCap
Na última quarta-feira (17), com o recuo do Bitcoin, uma rival da Ethereum disparava e três altcoins pouco conhecidas acumulavam ganhos de até 340%, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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