O Bitcoin (BTC) mostrou novamente o seu grande poder de recuperação e, ao contrário do que muitos pensavam, superou a barreira dos US$ 55 mil.

Nesta segunda-feira (11) a maior criptomoeda do mercado estava custando US$ 56.246,00 ou cerca de R$ 309.577 no momento da escrita deste artigo.

Quando o Bitcoin sobe, outras criptomoedas seguem a tendência e também se valorizam e, com isso, o mercado cripto em geral se anima.

Como disse Ronaldo Lemos em artigo na Folha de S.Paulo:

“Claro que a alta do dólar ajudou nessa valorização no Brasil, mas o principal impulso foi global.”

Ele afirma que apesar de parte do mercado cripto ser encarado como “um tipo de um potencial esquema de pirâmide em que os tubarões antigos devoram as sardinhas recém-chegadas”, ele diz que, “a promessa das criptomoedas é mais ambiciosa, especialmente por conta do conceito de DeFi.”

Lemos cita que as finanças descentralizadas são uma forma de pensar a infraestrutura dos serviços financeiros de uma maneira que não dependa de agentes centralizados:

“Uma boa analogia é pensar no que aconteceu nos anos 1990 com os serviços de voz sobre protocolo de internet (VoiP). Naquela época, os serviços de telecomunicações eram prestados por empresas que controlavam vastos segmentos da infraestrutura que utilizavam. A chegada do VoiP mudou tudo.”

Ele complementa:

“Empresas minúsculas, que não detinham nenhuma infraestrutura, podiam de repente oferecer serviços de voz semelhantes aos da telefonia. Para isso, elas usavam a internet, infraestrutura aberta e descentralizada. Em vez da voz seguir por canais já existentes, seguia por múltiplas infraestruturas diferentes. Para o usuário final a diferença era pouca e, surpreendentemente, a qualidade da ligação podia ser até melhor.”

Lemos lembra que “a reação ao VoiP foi violenta. Entidades governamentais rapidamente se mobilizaram para tentar coibir a prática. Houve empresas fechadas e até pessoas processadas por prestação ilegal de telecomunicações.”

Apesar disso, “aos poucos, as próprias empresas de telefonia foram assimilando a internet. Esse exemplo dado por Lemos é para mostrar que com as finanças algo similar está acontecendo.”

“O dinheiro está se tornando cada vez mais um conteúdo. Criptomoedas e blockchains são uma infraestrutura parecida com a internet: abertas, descentralizadas e ninguém precisa de permissão para utilizá-las. Conseguem armazenar valor sem intermediários, na forma de informação consensual e auditável universalmente.”

Por isso, na visão de Lemos, a promessa do DeFi é justamente que uma de duas coisas pode acontecer: 

“Essas novas tecnologias serão assimiladas pelo próprio sistema financeiro, como a internet acabou sendo pelas empresas de telecomunicação. Ou, se isso não acontecer, um caminho se abrirá para uma série de novas empresas financeiras que serão mais competitivas justamente por usarem essa nova tecnologia, tornando o que existe hoje tão antiquado quanto as redes dos anos 1990.”

Segundo Lemos, é difícil saber se essa promessa irá se concretizar. Mas há sinais da junção das finanças com cripto em vários lugares.

Os exemplos mais fáceis de entender, segundo o especialista, são as moedas digitais emitidas pelos Bancos Centrais dos países.

No Brasil, a CBDC está sendo chamada de Real Digital e o projeto tem sido capitaneado pelo Banco Central.

Além disso, já existem parcerias entre bandeiras de cartão de crédito e blockchains

E há também um relatório de um grande banco de investimento que aponta que hoje há mais de 200 milhões de usuários de cripto e que no final da década haverá ao menos 1 bilhão. 

LEIA TAMBÉM: