O condomínio Praiamar Corporate Empreendimentos imobiliários, entrou com uma ação de despejo contra a BWA Brasil Tecnologia Digital, que oferecia pacotes de investimento por meio de supostas operações no mercado de Bitcoin e criptomoedas.

Segundo a ação, a empresa supostamente comandada por Paulo Roberto Bilíbio, seria locatária de sete salas no condomínio empresarial localizado em Santos, ocupando as salas 1306 até 1312, porém após alguns meses de vigência da locação, as rés começaram a atrasar o pagamento dos aluguéis e encargos estabelecidos no contrato, conforme a petição inicial protocolada na justiça.

"Nesse cenário, as Rés estão com aluguéis e encargos em atraso referente aos meses de novembro e dezembro/2019, o que corresponde, de acordo com o contrato, um débito de R$ 73.255,70 (setenta e três mil duzentos e cinquenta e cinco reais e setenta centavos) de alugueis e encargos, além de R$ 14.651,13 (quatorze mil seiscentos e cinquenta e um reais e treze centavos) de honorários, totalizando R$ 87.906,83 (oitenta e sete mil novecentos e seis reais e oitenta e três centavos)", segundo a ação.

Como vem noticiando o Cointelegraph, a BWA é uma empresa que oferecia pacotes de rendimentos atrelados a criptomoedas. No entanto, nem a empresa, nem seus operadores, teriam autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar oferecendo investimentos no Brasil.

A empresa não está apenas com o aluguel atrasado, segundo ações protocoladas na justiça, a BWA também não estaria pagando seus clientes que buscam na justiça reaver os valores invetidos na plataforma.

Em uma recente decisão o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), por meio de uma decisão da 12ª Vara Cível da Comarca de Santos, mandou bloquear imóveis, carros, contas bancárias, barcos e até avião pertencentes aos operadores da BWA que, no documento, é acusada de operar um golpe de pirâmide financeira.

Paulo Roberto Bilíbio, que seria o suposto operador da BWA, e acusado também de ser o verdadeiro dono do Grupo Bitcoin Banco, acusação negada por Bilíbio e, por conta desta suposição, foi vítima de um sequestro supostamente orquestrado pelo empresário Guilherme Aere dos Santos e que envolveu policiais da Rota, do Batalhão do Choque e até ex-delegados da Polícia Federal.

Guilherme Aere, nega as acusações. Atualmente, os 12 suspeitos do caso de sequestro respondem em liberdade por conta de um habeas corpus concedido pela Justiça.

Na época a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou comunicado oficial em que afirma que há "indícios de que a BWA tenha cometido irregularidades” e cobrando investigação contra policiais federais envolvidos no caso de extorsão e sequestro contra o dono da empresa.

Recentemente, em mais um capítulo do escândalo financeiro envolvendo o Grupo Bitcoin Banco (GBB)  e agora o atraso nos pagamentos da BWA, Bilíbio declarou a justiça que o GBB teria 'mentido' sobre os valores devidos ao empresário.

De acordo com a petição inicial de Recuperação e Falência apresentado pela NegocieCoins, Bilíbio teria um crédito na plataforma no valor de R$ 6.925.805,56 em criptomoedas. No entanto, o diretor da BWA contesta esse saldo, informando que o montante devido é, na verdade, de R$ 163.277.991,60 - valor quase 25 vezes maior ao alegado pelo GBB.

Como noticiou o Cointelegraph, no caso do pedido de Recuperação Judicial do GBB, a Justiça do Paraná mandou 'devolver' todos os bens, bitcoincriptomoedas e valores bloqueados em contas correntes em processos referentes ao Grupo Bitcoin Banco.

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