A empresa global de consultoria e auditoria Ernst & Young (EY) anunciou esta semana que deve começar nos próximos dias os testes do “Starlight” para o Drex, a versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC na sigla em inglês).

Apresentado em julho do ano passado, o “Starlight” é uma solução de código aberto (open source) do tipo Zero Knowledge (ZK), protocolo de prova de conhecimento zero. Uma ferramenta em blockchain usada na autenticação de informações fornecidas no ato de transações dos contratos inteligentes, mas sem a necessidade da revelação de dados sensíveis entre os participantes das negociações.

O desenvolvimento de soluções ZK voltadas para o Drex é um dos principais desafios para a CBDC brasileira por conta da necessidade de se obedecer aos preceitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ao passo que a natureza da blockchain é pública.

De acordo com informações divulgadas pelo Valor, o Starlight já foi analisado por equipes técnicas do Banco Central (BC) em transferência de depósitos tokenizados (escrow shield) enquanto a nova fase de testes se concentra em transações do tipo entrega versus pagamento (DvP) voltadas a tokens de títulos públicos (escrow swap).

A sócia líder da área de blockchain e cripto da EY, Thamila Talarico, explicou que o Starlight é mais amigável e permite a construção de uma camada de privacidade no próprio contrato inteligente, portanto sem a necessidade de outra rede diversa a do Drex.

Ela disse ainda o Stalight, no futuro, deverá se transformar em uma solução além do Drex e que a solução de código aberto, que roda em outras redes além da Hyperledger Besu (usada pelo Drex), estará em breve disponível no repositório de códigos GitHub.

Por outro lado, a camada ZK do protocolo da EY deve demorar até 10 segundos por transação, a partir de um servidor básico, segundo o especialista em blockchain da empresa, Jeff Prestes, que não descartou a possibilidade de redução desse tempo. Isso porque, acrescentou Prestes, o nível de testes é mais leve que o dos bancos, que têm acesso a servidores maiores.

Segundo publicação, os testes com o Starlight deverão ser sucedidos pela blockchain Rays, desenvolvida recentemente pela fintech focada em Crypto as a Service (CaaS) Parfin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.