Resumo da notícia:
Carteiras digitais e Pix, apesar da popularização do varejo, são coadjuvantes em transferências B2B.
Boletos se enquadram melhor nos critérios de governabilidade e operacionalização, por isso levam vantagem.
“Dinâmica dos pagamentos B2B no Brasil é uma tapeçaria complexa”, diz CEO da Qive.
Uma pesquisa recente realizada pela Qive (antiga Arquivei) apontou que as carteiras digitais e o Pix, somados, representam apenas 6% das transferências entre empresas (B2B) no país.
De acordo com a pesquisa “Panorama de Gestão Fiscal e Financeira 2026” da plataforma de pesquisas e soluções automatizadas de rotinas com documentos fiscais, as transferências bancárias e com carteiras digitais não passam de 5,4% em transações B2B, enquanto o Pix, apesar da popularização no varejo, não passa de 1,61%.
No topo da preferência empresarial estão os boletos bancários (69,34%), seguidos pelo dinheiro em espécie (8,05%), transferências bancárias e carteiras digitais (5,4%), depósitos bancários (3,97%) e Pix (1,61%). Por outro lado, o levantamento mostrou que os boletos recuaram em relação às fatias que representavam em 2023 e 2024, respectivamente 73,23% e 73,23%.
Em relação aos seguimentos, os boletos representam 79% das preferências nos setores de saúde e farmacêutico, seguidos por infraestrutura (69%), varejo (68%), serviços (51%), energia (38%) e setor público (36%).
Segundo a Qive, o Pix e as carteiras digitais são usados de forma complementar e para pequeno valor em transações B2B, especialmente em seguimentos de alta pulverização, como varejo e serviços. O que ainda esbarra em questões operacionais, regulatórias e de governança, na seara empresarial, segundo a pesquisa.
Sobre o abismo entres as transferências B2B por boletos e digitais, apesar da inclinação para avanço do Pix, a pesquisa mostrou que as transações digitais enfrentam dificuldade de rastreio contábil, enquanto os boletos se beneficiam de comprovantes padronizados e integrados facilmente a softwares de gestão empresarial (ERPs).
Na avaliação da co-CEO e cofundadora da Qive, Isis Abbud, “a dinâmica dos pagamentos B2B no Brasil é uma tapeçaria complexa, tecida com fios de inovação digital e de tradições analógica”.
A coexistência entre boleto, Pix, transferências, cheques e até vales corporativos não reflete atraso, mas sim uma adaptação às necessidades de cada segmento, completou.
A pesquisa mostrou ainda que 41% 41% das companhias realizam entre 101 e 500 pagamentos mensais e 35% ultrapassam as 500 transações mensais, volumes que exigem processos elevados, auditáveis e integrados.
A pesquisa da Qive se baseou em 315 milhões de notas fiscais processadas pela companhia desde 2023. De maneira complementar, a empresa também realizou uma pesquisa externa on-line entre o fim de agosto e meados de setembro, via Opinion Box. Nesse caso, ela coletou 406 respostas de profissionais das áreas administrativa, financeira, fiscal, de compras, contabilidade, TI e controladoria, abrangendo cargos desde analistas a C-levels.
Enquanto o Pix enfrenta dificuldade B2B, a Ledger anunciou a integração com a plataforma de transações instantâneas do Banco Central (BC) e deve liberar Pix para comprar e vender Bitcoin direto na wallet, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.