Uma decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anuncio uma decisão nesta semana que abre um precedente para o lançamento de uma bolsa de valores no Brasil para concorrer com a B3, que hoje detém o monopólio do mercado.
A CVM autorizou a plataforma de gestão de operações financeiras empresariais Mark2Market (M2M) a atuar como central depositária de títulos, conforme noticiou o Estadão nesta semana.
Em um primeiro momento, a M2M está autorizada a atuar no mercado de recebíveis agrícolas, mas há a possibilidade de expansão para a inclusão de ações, potencialmente prestando serviços como uma bolsa de valores concorrente da B3, iniciativa pioneira no país.
A CVM já havia autorizado a M2M como depositária em dezembro de 2020, mas somente nesta semana considerou que a empresa está apta a operar na plataforma como responsável pela "guarda" dos ativos negociados dentro de um mercado.
Segundo especialistas, a chancela da CVM autoriza a M2M a operar como depositária de valore mobiliários, estrutura essencial para operar como uma bolsa de valores. Rodrigo Amato, fundador da M2M, diz:
"Vimos que tínhamos metade do mercado de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) entre o final de 2017 e o começo de 2018. Decidimos conversar com o regulador para ver se era a hora de termos uma infraestrutura de mercado"
O movimendo impactou o mercado financeiro, levando a B3 a encolher R$ 8 bilhões na última semana, e levou a outros rumores sobre novas concorrentes.
A XP, por exemplo, também teria planos nos bastidores de montar sua própria bolsa de valores, o que teria sido reforçado pela saída do presidente do Banco XP, José Berenguer, do conselho da B3. Há também notícias de que a gigante de investimentos estaria planejando o relançamento de uma plataforma de criptomoedas.
Atualmente, a M2M fatura R$ 4,5 bilhões por ano, com produtos que gerenciam as operações financeiras de grandes clientes como Natura, Localiza e Klabin. O investimento necessário para a nova iniciativa é de R$ 5 milhões, metade do captado recentemente em rodada de investimentos liderada pela gestora KPTL.
A quebra do monopólio da B3 é aguardada pelo mercado há alguns anos, especialmente porque nem CVM nem Banco Central, que regulam este mercado, prevêem o monopólio de uma única bolsa.
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