Em entrevista exibida no último domingo (18) ao Fantástico, o empresário Inauê Santiago negou ter usado criptomoedas para lavagem de dinheiro de repasses contratuais ao Corinthians. Questionado pela produção da revista eletrônica semanal, o dono da Wave Intermediações e Tecnologias disse que fechou a empresa de criptomoedas.
A Wave supostamente foi usada para lavagem de dinheiro de um contrato de patrocínio de mais de R$ 300 milhões entre o clube paulista e a plataforma de apostas on-line Vai de Bet. O contrato foi assinado em janeiro e rompido em junho do ano passado.
Ao ser surpreendido pela produção do Fantástico um dia antes da exibição da reportagem, Inauê negou ter recebido transferências que superam R$ 1 milhão na conta dele ou da Wave, de acordo com as investigações.
“Queria eu ter R$ 1milhão.. Não, na minha conta não”, disse.
O dinheiro teria chegado à Wave a partir da Neoway, supostamente uma empresa de fachada aberta no nome de uma dona de casa da Baixada Santista. Por sua vez, os depósitos à Neoway teriam chegado a partir de transferências do Corinthians à empresa de rede social Media Design, que teria intermediado as negociações entre o clube e a Vai de Bet, informação que foi negada pela plataforma de apostas.
Segundo a polícia, a Wave realizou três transferências que totalizam quase R$ 900 mil à UJ Football Talent, empresa de agenciamento de jogadores, cerca de 10 dias após o dinheiro sair da conta do Corinthians.
A UJ Football Talent também aparece na investigação envolvendo o assassinato de Antônio Gritzbach. Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil, investigações apontam que o empresário deu um calote de US$ 100 milhões no PCC com investimento frustrado em criptomoedas.