Na manhã desta segunda-feira (14), o mercado de criptomoedas operava a um market cap de US$ 3,81 trilhões (+3,5%), enquanto o Bitcoin (BTC) era transferido por US$ 121,9 mil (+3,5%) com 12,1% de alta acumulada semanal, sentimento de ganância dos investidores (+70%) e as principais altcoins retornando ganhos, de até 40%.

Em linhas gerais, o rali do BTC, cujo pico intradiário beirou US$ 123 mil e estampou uma nova máxima histórica, dissociava-se do S&P 500 e do Nasdaq, associados historicamente ao desempenho do benchmark cripto, encerrados em respectivos 6.259,75 (-0,33%) e 20.585,53 pontos (-0,22%) no pregão de sexta-feira (11). A retração acontecia na esteira do avanço de uma nova rodada de tarifas alfandegárias anunciadas nos últimos dias pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com promessa de entrarem em vigor no dia 1º de agosto.

O tarifaço promovido pelo republicano, que atingiu países como Brasil e Canadá, também voltou a causar turbulência na União Europeia (UE) e provocou uma reunião entre ministros do Comércio de países que compõem o bloco, nessa segunda-feira em Bruxelas.

Não devemos impor contramedidas neste momento, mas devemos estar preparados para usar todas as ferramentas disponíveis”, declarou o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen.

A presidente da UE, Ursula von der Leyen, disse que espera fechar um acordo com os EUA antes do início da vigência dos 30% de tarifa aos produtos dos 27 países que formam o bloco. Já o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, antecipou que UE pode anunciar um pacote de tarifas de 21 bilhões de euros aos EUA, caso o acordo não avance.

A pressão compradora do BTC fortalecia a narrativa de que os investidores veem o Bitcoin como hedge, já que o novo capítulo da guerra comercial de Trump coincidia com a alta do petróleo, caso do contrato Brent Futuros, que se encontrava a 71,29 pontos (+1,32%) no momento desta edição. Essa pressão compradora, no entanto, sinalizava que os mercados esperam pela alta da inflação, cenário que pode ser desfavorável a mercados como o de criptomoedas.

No mercado de Futuros de criptomoedas, o Interesse Aberto se encontrava elevado a US$ 188 bilhões (+6,7%) e o volume de negociações disparava a US$ 371 bilhões (+90,1%). Já o volume de liquidações de traders alavancados de criptomoedas, segundo dados da Coinglass, chegava a US$ 750 (+283,9%), sendo US$ 625 milhões em posições vendidas (short), que são os tomadores de empréstimo para venda com objetivo de lucrar na recompra da pechincha. Em outras palavras, os ursos saíram golpeados pela explosão do BTC, em sua maioria. O que pode ter favorecido um short squeeze, que é a recompra a preços maiores pelos próprios traders alvancados, antes de serem liquidados.

Apesar do rali do mercado de criptomoedas e da indiferença de parte dos investidores às tarifas de Trump, o Volatility Index (VIX), “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se avançado a 17,50 (+10,9%).

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses de Bitcoin e de Ethereum (ETH) encerraram a última sexta-feira sob forte pressão compradora, com respectivos volumes de entradas líquidas de US$ 1,03 bilhão e US$ 204,82 milhões. Já as tesourarias de Bitcoin das 21 empresas com mais de 100 BTC avançaram em 1.352,281 BTC no acumulado semana dessa segunda-feira, segundo dados da plataforma SoSoValue.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado de altcoins, encontrava-se avançado de 30 para 32 pontos em sinal de rotação de capital para os principais tokens. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o MemeCore (M) recuava a US$ 0,55 (-11,3%) com alta acumulada de 241,5% em sete dias, o SAND chegava a US$ 0,32 (+9,1%), o XLM avançava US$ 0,46 (+8,9%), o AAVE era transacionado 326,85 (+8,3%), o WIF se comparava a US$ 1,05 (+8,2%), o IOTA estava precificado em US$ 0,22 (+9%), o LDO valia US$ 0,88 (+8,1%) e o CRO era comprado por US$ 0,11 (+7,7%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o ALGO chegava a US$ 0,27 (+16,4%), o JASMY representava US$ 0,017 (+15,1%), o SUI estava cotado a US$ 3,95 (+15,4%), o UNI estava quantificado em US$ 9,56 (+13,5%), o TURBO acelerava a US$ 0,0058 (+36,3%), o CVX se transformava em US$ 3,99 (+21,8%), o XYO era trocado de mãos por US$ 0,012 (+35,5%), o TEL atingia US$ 0,0055 (+23,6%), o PIN chegava US$ 0,75 (+22,7%), o JOE valia US$ 0,061 (+19%), o HIPPO era vendido por US$ 0,0024 (+30,3%) e o NUB era transferido por US$ 0,019 (+40,5%) com alta acumulada semanal de 233,2%.

Entre as novas listagens em exchanges estavam FUN na Biconomy, USELESS e VELVET na Phemex, FRAG e C na Kucoin, AIN e OSCAR na Poloniex, SIFT na LBank, M na BitMart.

Na semana anterior, o Bitcoin ignorou Trump, rompeu US$ 118 mil em nova máxima, liquidou ursos em US$ 1,2 bi e as criptomoedas subiram até 175%, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.