Um estudo recente publicado pela exchange de criptomoedas Kraken revelou que 48% dos investidores de criptomoedas têm mais medo de cometer erros que possam comprometer a segurança dos seus fundos por conta própria do que de ataques de hackers e golpistas (36%).
Em uma pesquisa realizada com 789 usuários americanos, metade respondeu que as preocupações com a segurança das plataformas e soluções de custódia de criptomoedas são uma barreira para que eles ampliem seus investimentos no setor.
Esse contingente inclui 19% que "concordam fortemente" e 32% que "concordam parcialmente", demonstrando que os riscos de perda total ou parcial de fundos ainda são uma questão crítica para o crescimento do setor.
Principais erros cometidos por investidores de criptomoedas
O estudo conclui que a preocupação é legítima, visto que 67% dos entrevistados já cometeram erros básicos ao lidar com os próprios fundos, como usar a mesma senha em múltiplas plataformas (30%), esquecer ou extraviar senhas e chaves privadas (24%), enviar fundos para endereços errados (21%), clicar em links suspeitos (21%) ou cair em golpes de phishing (17%).
Além dos riscos associados a erros individuais, mais de 1 em cada 5 entrevistados relata ter sido alvo de fraude, invasão ou roubo de criptomoedas. Outros 26% disseram que conhecem pessoas que foram vítimas de vetores externos de ataque.
As questões de segurança assombram os investidores mesmo que 95% afirmem adotar pelo menos um tipo de medida preventiva, como autenticação de dois fatores (57%), utilização de senhas fortes e únicas (45%) e evitar transações em redes públicas de internet.
“Embora pareçam precauções básicas, essas medidas são cruciais para reforçar a proteção dos ativos dos usuários", afirma o estudo. “Usar senhas exclusivas minimiza o risco de comprometimento, enquanto evitar redes Wi-Fi públicas reduz o risco de interceptação de dados.”
Já a autenticação de dois fatores dificulta o acesso de usuários não autorizados às contas dos investidores em plataformas de negociação de criptomoedas.
Outras medidas úteis para evitar perdas ou roubos incluem: verificar endereços de destino minuciosamente antes de efetuar qualquer transação, adotar carteiras de autocustódia para armazenar valores mais altos e investimentos de longo prazo, e fazer backup de chaves privadas de forma segura, sem jamais armazená-las digitalmente.
Investimentos em criptomoedas exigem maior responsabilidade
O estudo revela ainda que 31% dos investidores esperam que novas soluções tecnológicas tornem equívocos e tentativas de hacks ou golpes menos perigosos no futuro. Biometria, detectores anti-fraude baseados em inteligência artificial (IA) e a possibilidade de reverter transações na blockchain, hoje inexistente, são as mais citadas.
Segundo a Kraken, isso é fruto de uma mentalidade associada às finanças tradicionais, nas quais os investidores podem recorrer ao suporte ao cliente ou, em último caso, aos órgãos reguladores para reaver seus fundos em caso de problemas:
“Muitos investidores podem estar depositando suas esperanças em soluções externas (como avanços na tecnologia de segurança ou supervisão governamental) para manter suas criptomoedas seguras, em vez de assumir o fardo de ficar um passo à frente da próxima ameaça potencial.”
Os investimentos em criptomoedas exigem que os usuários assumam total responsabilidade sobre seus fundos, mas nem todos estão preparados para isso, como demonstra o estudo.
Os ataques a investidores de criptomoedas têm se tornado cada vez mais sofisticados. Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o sócio do fundo de capital de risco Hypersphere, Mehdi Farooq, perdeu investimentoos armazenados em seis carteiras autocustodiais após ser vítima de um ataque de phishing em uma chamada no Zoom.