A fintech brasileira Magie transformou o WhatsApp em uma interface bancária que utiliza agentes de inteligência artificial (IA) para facilitar a vida dos usuários. O produto permite o envio de Pix e consulta de saldos por mensagens de texto ou voz, pagamento de boletos por meio de imagens, integrando diversas contas bancárias em um canal no aplicativo de mensagens instantâneas mais popular do Brasil.
Lançada com o objetivo de atender um nicho de usuários que realizava diversas operações financeiras por dia em diferentes instituições, em um ano a Magie atingiu a marca de R$ 1 bilhão em volume transacionado com base na expansão contínua de sua base de clientes.
“Chegar ao primeiro bilhão transacionado mostra que estamos resolvendo uma dor real com uma experiência simples, segura e presente no dia a dia das pessoas”, afirmou Luiz Ramalho, fundador da Magie, à Exame.
Para expandir sua base de usuários, a fintech lançou recentemente uma conta PJ focada em profissionais autônomos e microempreendedores. “Nosso foco continua sendo o indivíduo”, afirmou o executivo.
“A conta PJ não é para empresas com múltiplos sócios, folha de pagamento ou estrutura complexa – é para a pessoa que já usa o nosso serviço hoje, mas quer separar o dinheiro em contas separadas.”
Agentes de IA estão por trás da infraestrutura operacional da Magie
Com experiência em grandes bancos, como o Goldman Sachs e a Blackstone, e no mercado de criptomoedas, com a startup de NFTs (tokens não fungíveis) Fingerprints DAO, Ramalho adicionou a IA à equação como um elemento central de inovação.
Para ter acesso aos serviços, basta que o usuário adicione a Magie à sua lista de contatos e siga o passo a passo para criação de uma conta. A partir daí, toda parte operacional fica por conta de agentes de IA capazes de processar informações em texto, voz e imagem.
Consolidada como o “banco do WhatsApp" no mercado brasileiro, a fintech lançará um aplicativo próprio, com ferramentas de organização financeira, previsão de gastos, gestão de investimentos e integração com Open Finance. Em paralelo, planeja expandir o serviço para outras plataformas digitais, revelou Ramalho:
“O WhatsApp é só o canal. O que a gente está construindo é a inteligência por trás, o agente. Esse agente pode rodar no app, no site, no Telegram ou em qualquer lugar.”
Na prática, a Magie atua como distribuidora de produtos financeiros, conectando os usuários a serviços de parceiros e recebendo comissões por isso.
A fintech optou por não oferecer concessão de crédito aos clientes. Segundo Ramalho, isso evita riscos de inadimplência enfrentados por instituições financeiras tradicionais e torna o modelo mais escalável:
“Crédito é perigoso. Você cresce, mas se o cliente não paga, você quebra. Nosso modelo permite escalar mais rápido porque quem assume o risco são os parceiros, não a gente.”
Atualmente, a Magie conta com uma equipe de 30 pessoas, incluindo os cofundadores Vitor Perez e Rodrigo Barreiros, ex-executivos do Nubank e da Loft, respectivamente. Em uma rodada de financiamento semente liderada pelo fundo de capital de risco americano Lux Capital, a fintech levantou R$ 28 milhões para impulsionar suas operações.
Também atuando na interseção entre o sistema legado e as mais recentes inovações nos mercados financeiros, a Parfin lançou recentemente a rede de testes da Rayls, uma blockchain pública cujo objetivo é integrar as finanças tradicionais (TradFi) ao ecossistema DeFi (finanças descentralizadas).