A Ripio, uma das principais exchanges de Bitcoin da América Latina, destacou em um relatório chamado "Dossiê Halving", que o avanço da pandemia do coronavírus em todo o mundo é ruim para a economia tradicional e o mercado de capitais mas tem se mostrado muito positivo para o Bitcoin.
O relatório da empresa, divulgado em 08 de abril, cerca de 3 dias antes do halving, debate os aspectos do evento frente ao cenário atual. Nele a empresa evita estipular uma meta de preço para o Bitcoin mas salienta que o período será de alta volatilidade.
"O ano de 2020 até o momento está sendo marcado por uma intensa volatilidade baseado nos preços dos ativos na bolsa dos Estados Unidos e na expectativa das movimentações destes ativos nos próximos 30 dias (...) Neste turbulento ano, vemos a consolidação de um dos principais fundamentos do Bitcoin, o chamado safe haven, ou porto seguro: Enquanto os principais ativos do mundo sofreram uma desvalorização intensa, frente ao cenário do COVID-19, apenas o Ouro e o Bitcoin seguraram seu valor e protegeram o capital de seus investidores. O Ouro retornou mais de 11% no ano para quem estava com sua carteira alocada no ativo, já o Bitcoin retornou mais de 68% de lucro quando negociado em reais (BRL) e, quando negociado com dólar (USD) entregou mais de 22%", destaca o relatório.
Nesta linha a publicação salienta que o desespero está tomando conta de investidores tradicionais.
"Os brasileiros que estavam posicionados no Índice Bovespa, já acumulam mais de 30% de prejuízo em 2020, enquanto que o Índice S&P 500 acumula mais de 10% de prejuízo e o Petróleo WTI, operado no mercado futuro americano, amarga mais de 57% de perdas, tendo alcançado na metade de abril um valor superior a 100% de prejuízo, um marco inédito na história da economia mundial, em especial do Petróleo"
No caso das moedas nacionais a Ripio destaca que o Real, frente ao Dólar, sofreu uma desvalorização superior a 38% e "permanece com perspectivas pessimistas, diante do cenário geral problemático que o Brasil vem enfrentando com crises de Saúde, Economia e Política"
Segundo a Ripio, o cenário que no curto prazo é demarcado por uma intensa e constante crise na política, saúde e economia, demonstra a fragilidade da moeda fiduciária brasileira se comparada às demais.
Porém apesar do cenário e do halving ser um dos eventos mais esperados por todo o mercado cripto a exchange destaca que não há nada indicando que a principal criptomoeda do mercado está pronta para iniciar uma nova alta histórica.
"Não tem nenhuma indicação de que teremos uma explosão no valor do ativo em uma proporção similar a de 2012 e 2016", destaca.
De acordo com a empresa, considerando toda a crise deflagrada pelo COVID-19, é complexo ter claro uma perspectiva do que vai acontecer, "portanto especula-se que o halving do Bitcoin já tenha sido precificado pelo mercado e que de fato em 2020 a dinâmica será outra"
"O início desse novo ciclo ocorrerá em um mercado muito diferente, mais maduro e com mais instrumentos financeiros quando comparado aos ciclos anteriores. Um fato é bem claro: a demanda por Bitcoin continua subindo, enquanto a oferta de novos Bitcoin será cortada pela metade. Essa dinâmica simples da oferta e demanda tende a pressionar o preço positivamente no médio prazo. Traders de curto prazo devem tomar cuidado com qualquer tipo de correlação entre o halving e o preço do BTC, pois poderá haver muita volatilidade", afirmou no documento Ricardo Da Ros - Country Manager Brasil.
Para Ros embora seja difícil precificar o Bitcoin neste cenário e após o halving a perspectiva de longo prazo é positiva tendo em vista o aumento da adoção do Bitcoin entre investidores em todos os mercados.
"Nesse cenário, o aumento da presença do Bitcoin no portfólio dos investidores como forma de hedge pode acabar por neutralizar o efeito dessa diminuição na poupança. Sendo assim, acredito que a crise será positiva para o Bitcoin em termos de crescimento e reconhecimento pelo mercado tradicional", finalizou.
Confira o relatório completo
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