A Caixa Econômica Federal, um dos principais bancos públicos do Brasil, agora exige que os novos funcionários da instituição tenham conhecimento sobre Bitcoin (BTC), blockchain e criptomoedas.
Os criptoativos foram inseridos dentro do tópico "Conhecimentos Bancários" no novo edital publicado para instituição e voltado a contratação de Técnico Bancário. No total, são ofertadas 1.000 vagas para provimento imediato, além de outras 100 em cadastro de reserva, exclusivamente para pessoas com deficiência (PCDs).
"1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e operadoras. 2 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial). 3 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 4 - Internet banking. 5 - Mobile banking. 6 - Open banking. 7 - Novos modelos de negócios. 8 - Fintechs, startups e big techs. 9 - Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). 10 - O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas", destaca o edital.
As oportunidades são para os cargos de Técnico Bancário Novo e Técnico Bancário Novo – Tecnologia da Informação. Com jornada de 30 horas semanais, o salário inicial é de R$ 3.000,00. Com os benefícios, no entanto, esse valor pode chegar a, aproximadamente, R$ 4.486,03.
Os candidatos interessados e que se encaixarem nas regras devem se inscrever no site da Cesgranrio, até o dia 27 de setembro, ao custo de R$ 30,00. A aplicação da prova objetiva é prevista para o dia 31 de outubro.
Para concorrer a este concurso, os candidatos precisam possuir certificado de conclusão ou diploma de curso de nível médio, expedido por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação, Secretarias ou Conselhos Estaduais de Educação.
Blockchain
Embora a Caixa Econômica não tenha seguido os passos de outras instituições nacionais, como o Banco do Brasil, no oferecimento de investimentos com exposição em criptoativos, via ETFs, a empresa pública, desde o ano passado, utiliza soluções em blockchain.
O banco foi o primeiro banco do país a usar uma solução baseada em blockchain para consultar o Cadastro de Pessoa Física, CPF, dos brasileiros e, na época, contratou o Dataprev para realizar a integração da instituição junto ao bCPF, solução em blockchain que permite a consulta, via DLT, da base de cadastros do CPF.
Segundo a Receita Federal, sem o bCPF o custo para acessar a base da Receita, com relação ao cadastro de pessoas físicas, era de R$ 40 mil a R$ 200 mil.
Contudo com a disponibilização da solução em blockchain isso passou a custar R$ 900. O bCPF vem sendo debatido na Receita Federal do Brasil desde 2018 e foi oficialmente lançado no ano passado.
Segundo a Receita Federal, o bCPF atende à Portaria RFB nº 1.788/2018, que trata do compartilhamento de dados no âmbito da administração pública federal envolvendo a tecnologia Blockchain.
"O compartilhamento dos dados cadastrais, como a base no CPF, é uma obrigação das administrações tributárias e está prevista no art. 37, inciso XXII, da Constituição Federal. Além disso, o CPF é um dos números de identificação utilizados no Brasil, com mais de 800 convênios de troca de informações celebrados entre a Receita Federal e vários órgãos"
Basicamente, os entes que recebiam uma cópia física ou arquivos da base CPF agora recebem o dado de CPF via Blockchain.Em linhas gerais, a principal mudança para a Receita Federal é em relação à segurança do processo.
“O Blockchain é uma tecnologia que trabalha com graus de confiança. Então, quanto maior for a rede de pessoas consumindo o serviço, maior será a confiança, porque todo mundo recebe a mesma base”, explica a Receita.
Trata-se de uma rede permissionada em que apenas entidades autorizadas participarão, ou seja, apenas as instituições com as quais a Receita Federal já tem convênio.
A solução prevê ainda contratos inteligentes, com funcionalidades e controles adicionais que tornam o bCPF seguro e possível.
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